Em Brasília, CUT protesta no Aeroporto contra PL 4330 da terceirização

Manifestação da CUT mostrou prejuízos do projeto dos empresários

Alguns dos parlamentares que chegaram ao Aeroporto do Brasília na manhã de segunda-feira (6) preferiram tirar os broches de identificação de seus partidos para evitar a abordagem de Marquinhos Candango e Badorizinho, os super-heróis da classe trabalhadora.

Mais uma vez, a CUT-DF usou o humor para mostrar à população os prejuízos causados pelo Projeto de Lei 4330/2004, que precariza ainda mais as condições dos trabalhadores terceirizados.

À espera dos parlamentares que desembarcavam, a dupla de humoristas vestidas com capas satirizava os deputados federais Sandro Mabel (PMDB-GO), autor da proposta, e Arthur Maia (PMDB-BA), relator do texto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), onde o PL deve ser votado início da próxima semana.

De maneira popular, explicavam à população que o projeto permitirá a terceirização sem limites, dificultará a atuação do movimento sindical em defesa dos trabalhadores e legalizará um problema que já existe: a diferença de salários e direitos entre os contratados diretos e os terceirizados.

“Quando casa nosso protesto com uma ação lúdica, a atividade chama mais atenção e ajuda a enraizar nossa campanha de combate ao PL 4330, mostrando os efeitos nocivos desse ataque aos direitos trabalhistas”, explicou o presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto.

De acordo com o dirigente, as mobilizações continuarão com um churrasco nesta sexta-feira (9), diante da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no Distrito Federal.

O cardápio será o peixe traíra, que simbolizará os parlamentares favoráveis ao projeto, que terão seus nomes divulgados durante a manifestação. ´

Terceirização é modernidade para o patrão

Abordado no desembarque pelos manifestantes cutistas, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Hélio Bampi, disse que a “terceirização é sinal de modernidade” e afirmou que “temos uma legislação muito positiva no país, que regra muito bem as coisas.”

Para ele, o problema é que “muitas vezes não são bem compridas por maus empresários, que são exceção.”

Somos contra o PL 4300

Secretária de Relações do Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa frisou que o PL não atende às reivindicações e não terá apoio da Central.

“A legislação como está continuará retirando direitos, porque os empresários usam a terceirização apenas para lucrar e não para desenvolver o país, como tanto dizem. O momento é de receber os parlamentares e dizer que não aceitamos o texto da forma como está”, disse.

Também presente no ato, o secretário-adjunto da CUT, Valeir Ertle, ressaltou que a luta continuará na base dos deputados.

“No Brasil todo estamos pressionando os deputados porque é muito provável que governo, parlamentares e empresários manterão a mesma posição favorável ao projeto. Mas, além disso, também será muito importante o trabalho nas bases desses deputados, com os eleitores durante a semana cobrando até para que saibam que vota contra a classe trabalhadora”, afirmou.

Para o dirigente, a aprovação do texto como está trará um cenário de destruição da organização sindical. “No meu ramo, que é de comércio e serviço, acredito que teremos uma terceirização em massa de atividades onde hoje é proibido. Não podemos permitir isso”, ressaltou.

Visita aos parlamentares

Após obter o compromisso dos deputados José Reguffe (PDT-DF), Érika Kokay (PT-DF) e Roberto Policarpo (PT-DF) de votarem contra o PL 4330, a CUT volta ao Congresso.

Na casa, dará continuidade à visita aos gabinetes dos parlamentares que compõem a CCJC para cobrar o voto contra ao projeto de lei da precarização.

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