Diante de uma nova onda de descomissionamentos no Banco do Brasil, funcionárias e funcionários em todo o país realizaram um Dia Nacional de Luta com atos em todo o país. Em Belo Horizonte, a agência Estilo Prudente de Morais do BB ficou paralisada até 12h30 e o Sindicato realizou um ato com a Porta do Inferno no local, para representar o clima de medo vivido nas unidades de trabalho.
“No ato de hoje, todos os clientes que apareceram na agência viram a Porta do Inferno e, ao serem informados sobre o motivo de a unidade estar fechada, manifestaram indignação em relação à postura do banco e apoio à luta dos bancários”, destacou o funcionário do BB e secretário-Geral do Sindicato, Matheus Coelho.
O BB investiu milhões de reais no desenvolvimento da ferramenta, com treinamento de gestores e demais funcionários para efetivar a aplicação da GDP. Contudo, o dinheiro investido está sendo jogado fora, pois não se adota mais os critérios de avaliação em 360 graus conforme propagado.
Agora, para retirar o cargo dos funcionários, basta uma nota abaixo da média vinda do superior para que o banco entenda que pode efetivar o descomissionamento.
Banco altera critérios ao longo do tempo e gera terrorismo
A média das notas que, historicamente, era utilizada para avaliação de desempenho foi alterada, ao longo dos anos, pelo Banco do Brasil e os funcionários não entendem mais os critérios adotados.
O efeito imediato dessas ondas de descomissionamento é o terrorismo com todos os demais funcionários, principalmente os gerentes de relacionamento.
Acordo coletivo protege os funcionários
Consta no acordo coletivo que o Banco do Brasil observará três ciclos avaliatórios consecutivos de GDP, com desempenhos insatisfatórios, como requisito para dispensa de função ou de comissão.
A falta de critérios e de transparência nas avaliações tem causado perplexidade nos funcionários. Trabalhadores denunciam que as superintendências estão pressionando os gestores imediatos a cortar o cargo e salários dos funcionários, mesmo sem critérios claros.
Nova superintendência dos escritórios digitais passa por cima das unidades locais
Uma informação apurada pelo Sindicato é que o novo superintendente Nacional tem pressionado os gerentes a fazer o descomissionamento, uma vez que ele sequer conhece o funcionário que vai perder o cargo e ter redução de salário.
Esse modelo de gerenciamento à distância cria o que os funcionários estão chamando de “gerenciamento desumanizado”, já que, sem conhecer os funcionários, a nova Superintendência trata os gerentes de relacionamento com descaso e sem observar as ferramentas básicas da gestão de pessoas. Somente em Belo Horizonte, houve 4 descomissionamentos no último dia 1º de fevereiro.
Para Wagner Nascimento, diretor do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o que mais causa indignação nos funcionários, além da falta de critérios, é o comportamento dos gestores que não dão os chamados feedbacks. “Houve caso em que o funcionário foi premiado com PDG mas, naquele semestre, a nota foi considerada insuficiente. Como o banco pode premiar por desempenho alto e considerar fraco esse desempenho no mesmo semestre? De fato, é o fim da GDP. Orientamos os funcionários a acompanhar de perto a sua avaliação, com as anotações e comentários necessários. Conforme já foi publicado pela Contraf-CUT, muitos gestores não anotam na GDP os feedbacks positivos com o objetivo de dificultar futuros questionamentos sobre critérios adotados”, afirmou.