A necessidade de buscar soluções para enfrentar a onda de violência e insegurança nos bancos e na sociedade foi a pauta dos bancários na audiência concedida nesta terça-feira, dia 19, pelo titular da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto. A Contraf-CUT entregou uma carta ao secretário, com propostas que buscam a proteção da vida de trabalhadores e clientes e a melhoria da segurança nas instituições financeiras.
Estiveram presentes o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis, o diretor da Fetec-SP, Antonio Sabóia, o diretor da Federação dos Bancários de SP e MS, João Analdo de Souza, e o assessor da Contraf-CUT, Gutemberg Oliveira. Também compareceu o assessor do deputado estadual Davi Zaia, Silvano Tarantelli.
Acesso às estatísticas de ataques a bancos
No documento, os bancários pedem “o fornecimento mensal dos números de ataques a bancos no Estado, incluindo assaltos, tentativas, arrombamentos, sequestros e furtos em agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos, de forma segregada por instituição financeira, município e tipo de ocorrência”.
“O objetivo é conhecer a realidade enfrentada pelos bancários, que estão entre os maiores prejudicados pelas ações dos criminosos e, com base nos dados, formular propostas e alternativas para mudar essa realidade que tem ocasionado mortes, feridos e traumatizados no Estado”, explicou Ademir.
“As estatísticas reforçarão, também, o trabalho conjunto que já realizamos com o Departamento de Polícia Federal (DPF), onde a Contraf-CUT é membro efetivo da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), responsável por julgar os processos abertos contra bancos e empresas de vigilância e transporte de valores”, salientou Daniel.
Criação de um Grupo de Trabalho de Segurança Bancária
Outra proposta apresentada pelos bancários foi “a constituição de um Grupo de Trabalho de Segurança Bancária, formado por representantes de entidades de todas as áreas envolvidas, sob a coordenação da Secretaria de Segurança Pública, com reuniões periódicas a cada bimestre, visando discutir os problemas existentes, buscar construir soluções e alternativas e definir ações integradas, com o intuito de proteger a vida de trabalhadores e clientes e prevenir ataques a bancos”.
“Grupo semelhante foi proposto em 2003 pelos bancários do Rio Grande do Sul e se encontra funcionando, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública, com a participação de entidades das áreas envolvidas, produzindo importantes debates acerca dos problemas de segurança e discutindo alternativas”, lembrou Ademir. Participam representantes dos bancários, vigilantes, bancos e Polícias Militar, Civil e Federal.
Propostas serão estudadas pelo Deic
O secretário foi bastante receptivo e considerou as propostas viáveis. Ele disse que vai encaminhá-las para estudo pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e depois irá apresentar uma resposta aos bancários.
Ferreira Pinto lembrou que já criou dois grupos de trabalho na SSP. Um para discutir programa envolvendo combate a roubos em condomínios e outro para definir procedimentos contra roubos em transporte de cargas.
Ele disse ainda que está à frente da SSP há cerca de dez meses e já promoveu uma série de mudanças na estrutura da Polícia Civil e no enfrentamento da corrupção e do crime organizado. Antes era titular da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). É ex-policial militar e promotor de Justiça do Ministério do Público.
