Redução da jornada, mais diálogo com os movimentos sociais, mais recursos para a educação, fim do fator previdenciário, não à terceirização sem limites e reforma política.
No ato que referendou o apoio da CUT à presidenta Dilma Rousseff, na quinta-feira (31), em Guarulhos (SP), os delegados e as delegadas da 14ª Plenária Nacional levaram além de bandeiras com o nome da candidata e bonés e coletes da Central, as reivindicações que querem ver atendidas no próximo governo.
A educadora de Goiás Ieda Leal cobra mais diálogo com os movimentos sociais e mais investimento em educação. “Precisamos de mais escolas, principalmente, para a faixa etária de zero a cinco anos. E, claro, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução salarial. Precisamos reduzir a carga horária para que o povo possa viver melhor e os pais possam ficar mais com seus filhos”, disse.
Enfermeira do Rio de Janeiro, Mônica Armada também espera a redução das horas trabalhadas para a categoria. “Se eu pudesse focar em uma pauta, seria na redução da jornada dos enfermeiros para 30 horas semanais. Há uma Lei de 2000 que só passou nas Comissões do Congresso em 2009 e ainda não foi aprovada. Em alguns municípios, a carga horária é de 24 horas, mas na iniciativa privada não há lei que regulamente. E a enfermagem é uma profissão que demanda muito do trabalhador, tanto no físico quanto no aprimoramento profissional e nos estudos. Com a redução haveria mais tempo para que os trabalhadores fizessem cursos e se aprimorassem”, explicou.
Trabalhadora dos Correios do Espírito Santo Maria da Penha Gomes acredita que a principal demanda é o fim do fator previdenciário. “Tem muita gente que trabalha há anos e, quando aposenta, o salário abaixa. As pessoas tem o direito de fazer um planejamento de vida e conseguir concretizá-lo. Hoje as pessoas planejam, mas o salário de aposentadoria não dá conta dos desejos do trabalhador. O sistema aproveita da pessoa enquanto é jovem, tem força, e desvaloriza no momento em que está mais frágil, quando é idosa”, criticou.
A vigilante do Rio Grande do Sul Mariza de Fátima Abrão acredita que a prioridade é manter o Projeto de Lei 4330, que trata da terceirização sem limites, engavetado no Congresso. “Não é só a minha categoria, de vigilantes, que enfrenta a terceirização constantemente, isso afeta todas a sociedade. Para os vigilantes, a terceirização e até a quarteirização são muito comuns. Com isso aumentam as pressões e problemas psicológicos e diminuem os direitos. Às vezes nem salários são pagos regularmente. Isso, além de facilitar a criação de empresas fajutas, de fundo de quintal.”
Educador de Rondônia, Tacito dos Santos cobra a reforma política como primeiro passo para que o Brasil também possa transformar o sistema financeiro, judiciário e as comunicações. “É um passo muito importante para aprofundo o processo democrático e popular.”
Já o funcionário público federal da Bahia, Raimundo Cintra, acredita que o investimento no funcionalismo, apesar de ter avançado, ainda não é o suficiente para garantir condições dignas de trabalho. “Precisamos avançar em salário e em condições de trabalho e saúde para nossas categorias. Durante muitos anos não tivemos concurso para contratar novos servidores, o que nos deixou sobrecarregados. Por isso, muitos companheiros adoeceram. Foi a partir do governo do Lula que isso melhorou, mas precisamos que a atenção conosco seja ainda maior para que possamos oferecer um atendimento de qualidade à população”, disse.