A economia espanhola entrou em recessão após cair 0,3% entre janeiro e março deste ano e somar dois trimestres consecutivos de contração, confirmou nesta segunda-feira (30) o Instituto Nacional de Estatística (INE). O dado antecipado pelo INE é um décimo inferior ao previsto há uma semana pelo Banco Central da Espanha, que estimou uma queda trimestral de 0,4% e uma contração anualizada do 0,5%.
A Espanha atravessa uma grave crise econômica, com um desemprego que já afeta 5.639.500 pessoas, 24,44% da população ativa. O governo conservador de Mariano Rajoy aprovou austeros orçamentos para 2012 que incluem um objetivo de déficit público de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB), no horizonte para deixá-lo em 3% em 2013, como exige o Pacto de Estabilidade da União Europeia.
De acordo com os dados do INE, a queda anualizada (primeiro trimestre com relação ao mesmo período do ano anterior) foi de 0,4%. De acordo com o Instituto, os dados são consequência de uma contribuição mais negativa da demanda nacional, compensada parcialmente por uma contribuição positiva da demanda externa.
Na mesma linha, o Banco da Espanha explicou na semana passada que a demanda interna segue mostrando muita fraqueza e a atividade continua em retrocesso.
Apenas o setor exterior demonstra uma fortaleza relativa, já que as exportações seguem crescendo, mas em ritmo menor.
Segundo o Banco da Espanha, todos os componentes da demanda nacional seguem em queda: o consumo dos lares, a despesa das administrações públicas e o investimento empresarial e em construção.
O INE publicará o dado definitivo do PIB e o detalhamento da contabilidade nacional no próximo dia 17 de maio.