Na votação da "reforma" trabalhista na Câmara, 47 deputados federais por São Paulo, de um total de 67, votaram a favor do projeto. Destes, 43 tentaram a reeleição neste ano e 25 (58,1%) conseguiram. Dezoito (41,9%) fracassaram na tentativa de continuar na Casa, três não disputaram e um foi cassado (confira quadro).
À época no PSC, Eduardo Bolsonaro (PSL), por exemplo, não só se reelegeu, como tornou-se o candidato mais votado da história, com 1.843.375 votos. Major Olímpio (SD) e Mara Gabrilli (PSDB) conquistaram as duas cadeiras do Senado em disputa neste ano. O também tucano Ricardo Trípoli ficou de fora.
Mas alguns nomes conhecidos não passaram pelas urnas. Caso do ruralista Nelson Marquezelli (PTB), que perdeu a reeleição depois de seis mandatos. Favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, ele também votou pela chamada PEC dos Gastos, que se tornou a Emenda Constitucional 95, de congelamento de gastos públicos. Em 2011, articulou um reajuste de 62,5% para os deputados, para que assim eles não precisassem mais "fazer bico".
Outro veterano da Câmara, Jorge Tadeu Mudalen (DEM), ficou de fora. Além de votar a favor da "reforma", apoiou o impeachment. E, como Marquezelli, defendeu a rejeição de duas denúncias contra Michel Temer. Com cinco mandatos de vereador na cidade de São Paulo, Goulart, do PSD, que cumpre seu primeiro mandato na Câmara federal, também não voltará a Brasília.
Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, a derrota de parte dos candidatos nas urnas teve influência do movimento sindical, que fez campanha para que eles não conseguissem a reeleição. "O trabalho das entidades foi importante", diz o analista, citando o exemplo de Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto de "reforma", que também não vai continuar na Câmara. "Ele teve muito apoio do poder econômico", lembrou.