(São Paulo) Apenas algumas horas após o anúncio oficial da fusão entre o ABN Amro o banco inglês Barclays, a preocupação dos trabalhadores se torna realidade. A nova instituição já admitiu que deverá realizar 12.800 demissões nos próximos três anos, além de sub-contratar (leia-se terceirizar) 10.800 funcionários. O motivo seriam “redundâncias” na estrutura dos dois bancos.
Apesar da má notícia, documento publicado no site oficial do Barclays (“ABN AMro and Barclays announce agreement on terms os merger” – “ABN Amro e Barclays anunciam acordo sobre termos da fusão”), afirma que os dois bancos irão buscar “consensos” com a representação dos trabalhadores antes de tomar tais atitudes. Segundo o texto, os bancos: (…)“têm uma boa reputação e são comprometidos com essa reputação. “Eles irão informar e consultar o corpo de representação apropriado dos empregados nos países relevantes e buscará todos os consensos necessários para uma regulação antes de tomar decisões em relação a esses antecipados efeitos da fusão. ABN Amro e Barclays irão honrar todos os acordos com seus respectivos sindicatos. (…)”
A Contraf-CUT considera positivo o teor do documento no que diz respeito às relações com as entidades sindicais. No entanto, a prática da direção brasileira tem sido outra. Dois pedidos de negociação para discutir o futuro dos trabalhadores feitos por entidades sindicais foram ignorados pelo banco. “O ABN Real tem se ‘fingido de morto’ nessa questão. Esperamos que, com a concretização da fusão, o que está dito no documento oficial do Barclays seja colocado em prática”, cobra Deise Recoaro, funcionária do ABN Real e diretora da Contraf-CUT.
E isso ocorre num país que já foi responsável por quase 30% do lucro mundial do ABN AMRO, o que certamente o torna “relevante”, assim como faz de seus funcionários um importante patrimônio do banco. Locais que atendam menos aos critérios de “relevância” do banco devem sofrer ainda mais. “Os bancários brasileiros precisam estar prontos para lutar não só por seus empregos, mas também em solidariedade com trabalhadores de outros países”, defende Recoaro.
Fonte: Contraf-CUT