Discussão sobre assédio avança, mas divergência sobre sigilo impede acordo

As negociações visando a implementação de uma política permanente de combate ao assédio moral e à violência organizacional dentro dos bancos avançaram nesta terça-feira 9, mas há ainda divergências entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban em relação à questão do sigilo, que impedem a redação de um texto final sobre o acordo. As negociações prosseguem agora na parte da tarde sobre segurança bancária e sobre reabilitação dos bancários vítimas de adoecimentos, já dentro do tema saúde e condições de trabalho.

Os representantes dos bancários e da Fenaban chegaram a um entendimento quanto à necessidade de se combater as práticas de assédio moral nos locais de trabalho e sobre os princípios que devem nortear essa política. Mas os bancos querem manter em sigilo os nomes de quem pratica assédio moral e os bancários não concordam com isso.

A discussão sobre assédio moral está se prolongando além do tempo previsto inicialmente. “O Comando Nacional está desenvolvendo todos os esforços possíveis para incluir a violência organizacional na Convenção Coletiva dos bancários porque considera esse tema de extrema importância hoje para toda a categoria, pois é a principal causa de adoecimentos e das más condições de trabalho”, diz Vagner Freitas, presidente da Contraf/CUT.

A demora provocou alteração no calendário de negociações, que tem ainda as mesas temáticas sobre saúde e condições de trabalho, igualdade de oportunidades e segurança bancária, além de emprego e remuneração. O Comando Nacional está propondo intensificar o processo de negociações, com a inclusão de novas rodadas de discussões ainda esta semana.

Intensificar a mobilização

“A lentidão nas discussões até agora mostra que os bancos imporão todo tipo de obstáculo para travar o processo de negociação e assim não atender as reivindicações dos bancários. Por isso é importante que a categoria comece a se preparar para o enfrentamento, inclusive para a greve se for necessário”, alerta Vagner Freitas.

O calendário de mobilização prevê a realização de uma plenária nacional da categoria no dia 25 de setembro, em São Paulo, para avaliar o andamento da campanha e decretar a greve caso até lá os banqueiros se recusem a atender as reivindicações.

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