O Unibanco fechou suas portas no município gaúcho de Santa Rosa, sem comunicar o motivo, apesar de ter sido questionado diversas vezes pelo Sindicato dos Bancários, pelo poder público e outras entidades associativas do município.
O motivo do fechamento da agência veio à tona logo após o anúncio da fusão entre Unibanco e o Itaú, ocorrida no início de novembro de 2008. Com a extinção da agência quase todos os funcionários foram demitidos, com exceção do gerente geral e de uma funcionária que estava no período de gestação na época.
“O Unibanco não poupa ninguém e nesse caso, nem mesmo uma dirigente sindical, que foi despedida arbitrariamente”, argumenta Paulo Schmidt, presidente do Sindicato dos Bancários de Santa Rosa.
O Sindicato não efetuou a rescisão contratual por discordar da situação, uma vez que a empregada tinha direito à estabilidade sindical, e procurou na via judicial um motivo forte para ver restabelecido seu contrato de trabalho.
“Com esta certeza, o assessor Jurídico do Sindicato, Fernando Beirtih, ingressou com ação na Justiça do Trabalho, solicitando a reintegração da funcionária do Unibanco, Lídia Motter Pizoni, ao Banco Itaú, uma vez que a fusão dos dois bancos foi comprovada e autorizada pelo Banco Central. A argumentação do Sindicato foi aceita e a funcionária do Unibanco foi reintegrada ao quadro funcional no Banco Itaú”, destaca Schmidt.
Ao proferir sentença de reintegração, o Juiz do Trabalho levou em consideração o que o Banco Itaú divulga em seu próprio site: “O Itaú e o Unibanco se uniram para formar o maior banco do Hemisfério Sul e um dos 20 maiores do mundo. Agora eles são um banco único e feito para você. Parabéns, cliente do Itaú e do Unibanco. Você agora é cliente da maior instituição financeira do Hemisfério Sul e uma das 20 maiores do mundo…”
Portanto, conforme os próprios bancos informam, agora as instituições compõem apenas um único grupo, e como tal, existem em Santa Rosa na sede do Banco Itaú.
Diante disso, o Juiz deferiu o pedido de reintegração determinando que a bancária voltasse ao trabalho, na mesma função e horários anteriores, na sede do Banco Itaú de Santa Rosa. O banco ainda deve pagar de agora em diante, os mesmos salários que vinha recebendo e os vencidos desde a sua despedida e demais vantagens de seu contrato laboral.
Lídia foi reintegrada ao quadro funcional do Banco Itaú através de mandado judical cumprido por oficial, acompanhado pelo Sindicato dos Bancários. Ela foi dispensada do trabalho pelo banco e cumpre expediente no Sindicato dos Bancários de Santa Rosa, na função de tesoureira.