Diretora da Contraf-CUT é agredida em protesto na Câmara contra PL 4330

Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT

A secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Deise Recoaro, foi uma das vítimas da violência contra os trabalhadores na tarde desta terça-feira (3) na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ela foi agredida por volta das 14h30 em frente à porta de entrada principal do Anexo IV, durante as manifestações pacíficas da CUT contra a aprovação da PL 4330 da terceirização.

Ela teve ferimentos num joelho e passou mal com os efeitos do gás de pimenta, mas não precisou de atendimento médico, passa bem, porém sentiu-se ultrajada pelo que aconteceu, pela forma como os trabalhadores foram tratados.

A dirigente sindical conta que a segurança da Câmara havia informado que deixariam os manifestantes entrar em grupos de 15 pessoas, mas que, depois que o primeiro grupo entrou, eles disseram que ninguém mais iria entrar. Foi quando ela e outros manifestantes tentaram passar pelo bloqueio. “O segurança me pegou pela blusa, pelo meu braço e me atirou no chão com toda a força, machucando o meu joelho”, conta.

“Em seguida, ele atirou spray de pimenta em mim, fiquei atordoada, com ânsia de vômito, não conseguia respirar. A violência, a truculência e arrogância dos seguranças contra os manifestantes foram totalmente desproporcionais ao que de fato estava acontecendo”, relata indignada.

E a violência, segundo ela, foi aumentando com a chegada de reforços e da tropa de choque. “Ele batiam em quem vissem pela frente, lançaram gás de pimenta em umas meninas que estavam sentadas, sem fazer nada”, denuncia a dirigente da Contraf-CUT.

“Não acreditava no que estava vivendo ali. Não era possível que no Congresso Nacional, expressão maior da vontade política do povo, nós, protestando contra um projeto que vai prejudicar terrivelmente a vida dos trabalhadores, fossemos tratados daquela maneira”, ressalta.

Segundo Deise, as informações que chegaram aos sindicalistas é que a ordem para reprimir os manifestantes veio da presidência da Câmara dos Deputados. “Ordens do presidente Henrique Alves, várias pessoas nos disseram. A truculência denota os interesses econômicos fortíssimos que estão por trás da PL 4330”, aponta.

Apesar das dores e da revolta com o que aconteceu, a bancária se mostrava satisfeita com a atuação dos sindicalistas nesse momento. “Nunca gritei com tanto orgulho o nome da CUT. Essa luta demonstra a nossa força de contestação que sempre foi a marca da nossa central , que é o que sabemos fazer de melhor. Não podemos deixar aprovarem um projeto de lei tão danoso aos trabalhadores. Amanhã continuaremos aqui e ficaremos o quanto for necessário, para evitar que o PL 4330 da terceirização avance”, concluiu.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram