Diretor do Banco Central diz ver espaço para mais redução da taxa Selic

Valor Econômico
Mônica Izaguirre

BRASÍLIA – O Banco Central deu, neste fim de semana, novo sinal de que continuará a reduzir a taxa básica de juros da economia, hoje em 10,5% ao ano. Numa linguagem mais explícita do que a da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, o diretor de Assuntos Internacionais da instituição, Luiz Awazu Pereira da Silva, afirmou que “há espaço para uma política de afrouxamento monetário no Brasil”.

A afirmação foi feita no sábado, em Comandatuba (BA), durante palestra no V Encontro da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Na sequência, ele reiterou a avaliação contida na ata de que existe “elevada a probabilidade de concretização de um cenário que contempla a taxa de juros se deslocando para patamares de um dígito”.

Awazu vê espaço para queda da Taxa Selic sem que isso comprometa o objetivo do BC de trazer a inflação do IPCA para o centro da meta (4,5% ) já em 2012. Em 2011, o BC não descumpriu a meta, mas a inflação bateu no limite do intervalo de tolerância, ficando em 6,5%.

O diretor, que também responde pela diretoria de Normas, destacou a ajuda que a política fiscal vem dando à política monetária no gerenciamento da demanda agregada da economia e, por consequência, no controle da inflação. “Neste momento (de corte de juros), a atenção à solidez fiscal deve ser redobrada”, disse ele, lembrando que “foi confirmada a continuidade da consolidação fiscal”.

Falando sobre a atual crise mundial, Awazu avaliou que o Brasil está “bem posicionado nesta conjuntura internacional complexa”. Ele lembrou que o BC tem à sua disposição instrumentos prudenciais-regulatórios “amplos e capazes de atuar na prevenção de vulnerabilidades excessivas do sistema financeiro”, fator que ajudou o país a resistir melhor à crise de 2008/2009.

“Estamos atravessando essa nova fase da crise de maneira adequada, com impactos previsíveis e previstos”, disse o diretor, vendo aí a razão de “um certo otimismo do mercado” e o forte ingresso líquido de moeda estrangeira no país nesse início de ano.

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