(Rio) José Ricardo Sasseron, nasceu em Minas Gerais. É funcionário do BB desde 1980. Foi dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenou a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil. É presidente da Anapar, a Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão, e representa os participantes no Conselho de Gestão da Previdência Complementar, órgão que regulamenta a previdência complementar fechada no Brasil. É diretor de Seguridade da Previ desde junho de 2006, eleito pelos associados. Desde o final de 2006 vem percorrendo a base da FEEB RJ/ES e fez várias reuniões nas agências e sindicatos de Campos, Niterói, Macaé, Três Rios, Baixada Fluminense, Espírito Santo, Nova Friburgo e da capital. Nesta entrevista, faz um balanço da gestão e fala de outras questões que envolvem a área de Seguridade.
Unidade Informativo – Que balanço você faz deste ano e meio de gestão?
Sasseron – Positivo. Os resultados da Previ têm sido muito bons, devido principalmente à rentabilidade de suas aplicações e à gestão séria feita nos últimos anos. Conseguimos, neste período, dar continuidade a projetos em andamento e fazer melhorias de interesse dos associados: reduzir a Parcela Previ, negociar o superávit com melhorias de benefícios, reabrir a Carim para o Plano 1, reimplantar os descontos para liquidação antecipada de financiamentos, aumentar o pecúlio e reduzir mensalidades da CAPEC, melhorar os empréstimos simples, melhorar o atendimento telefônico e via Internet. O foco é no associado.
UI – Quais os novos projetos em andamento?
Sasseron – No Plano Previ Futuro, dos funcionários admitidos a partir de 1998, começamos a migrar parte de suas aplicações para renda variável, de maneira a garantir maior rentabilidade e aposentadorias melhores no futuro. Para este plano, também deverá ser implantada a possibilidade de escolha de perfis de investimento pelo próprio associado. Estamos estudando, também, a abertura de financiamento imobiliário para o pessoal do Previ Futuro.
UI – Com a possibilidade de a Previ obter novos superávits, poderá haver outros acordos com o BB, como aumento do benefício mínimo, cesta alimentação para aposentados ou a cobertura, pela Previ, do fator previdenciário?
Sasseron – Assim que forem implantados os benefícios já negociados – que dependem agora só do aval da Secretaria da Previdência Complementar – já temos o compromisso do banco de reinstalar as negociações para discutir o novo superávit que deverá se verificar no final de 2007. Há várias propostas em estudo, cujos custos estamos avaliando para depois discutir com o banco e os associados. Quanto ao fator previdenciário, a Previ hoje calcula o complemento de aposentadoria sem qualquer relação direta com o benefício garantido pela previdência pública e, com a redução da Parcela Previ, no final de 2005, acabamos, de alguma forma, reduzindo os efeitos danosos do fator previdenciário.
UI – Se houver uma nova reforma da Previdência Social, isto afetará a Previ?
Sasseron – Em nada. As regras da Previdência Social em nada interferem nos cálculos dos benefícios da Previ, nem no Plano 1, nem no Previ Futuro. A própria legislação prevê, desde 2001, que a previdência complementar é autônoma em relação à pública.
UI – Já é possível usar FGTS nos novos empréstimos da Carim?
Sasseron – Sim. Conseguimos que a Previ fosse reconhecida como agente financeiro da habitação. Assim, os associados podem utilizar o FGTS para pagar parte do imóvel adquirido. Ainda não é possível usar o Fundo para abater prestações mensais. Se abrirmos a Carim para os associados do Previ Futuro, o uso do FGTS estará garantido.
UI – Se for acordada a isonomia entre os funcionários do BB, poderá haver migração do Previ Futuro para o Plano 1?
Sasseron – Não. Os regulamentos dos dois planos prevêem que não é possível a migração de um plano para outro. Os novos funcionários que ingressaram no banco a partir de 1998 só podem aderir ao Previ Futuro. Eu tenho a convicção que, dada a realidade salarial dos novos funcionários, o plano Previ Futuro é mais adequado para este grupamento. Para as faixas salariais menores, o novo plano pode garantir benefícios melhores do que os que seriam oferecidos pelo Plano 1.
UI – Como fica a situação dos funcionários que entraram como menor estagiário?
Sasseron – Quem trabalhou como menor estagiário não recolheu contribuição à Previ naquele período. Portanto, este tempo contou somente para efeito do INSS. O tempo de contribuição à Previ passou a contar a partir do momento em que ele foi aprovado na carreira administrativa – e isto será levado em conta para cálculo do Complemento Previ. É bom salientar que a mulher que completar 30 anos de INSS ou o homem que completar 35 poderá se aposentar a qualquer idade, sem a exigência de idade mínima pela Previdência Pública.
Fonte: Feeb RJ/ES