A taxa de desemprego para o conjunto de regiões onde é realizada a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) através do convênio entre DIEESE e Fundação Seade com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego e parceria com instituições e governos regionais apresentou relativa estabilidade em junho, ficando em 14,6%, contra 14,8%, apurada em maio. É a menor taxa para os meses de junho desde 1998, primeiro ano para o qual existem dados para todas as regiões. Em comparação com junho de 2007, quando 15,9% da População Economicamente Ativa (PEA) encontravam-se na condição de desempregada, houve recuo de 8,2%.
O Sistema PED estima que 2,899 milhões de pessoas encontravam-se em situação de desemprego nas seis áreas pesquisadas (regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e no Distrito Federal), o que representa uma redução de 50 mil pessoas, em relação ao mês anterior. A PEA do período ficou em 19,903 milhões de pessoas, com a incorporação de 24 mil novas pessoas ao mercado de trabalho, enquanto 74 mil indivíduos conseguiram uma ocupação. O total de ocupados atingiu, assim, 17,004 milhões. Na comparação com junho do ano passado, a PEA teve aumento de 599 mil pessoas, enquanto o número de ocupados cresceu em 770 mil pessoas, o que permitiu a redução do total de desempregados em 171 mil pessoas em um ano.
Os 74 mil postos gerados resultaram da abertura de 54 mil vagas no Comércio; 36 mil no setor Serviços, e 31 mil em Outros Setores. Houve fechamento de postos na Indústria (19 mil) e na Construção Civil (28 mil). Em 12 meses, todos os setores tiveram crescimento, o mais significativo na Construção Civil (9,6%), seguido pela Indústria (6,9%). Em um ano, estes dois setores foram responsáveis pela geração de 253 mil postos de trabalho. Em igual período, Serviços, o setor que mais emprega no conjunto de regiões, criou 339 mil vagas, com incremento de 3,9%.
Quando se considera a posição na ocupação, os dados da PED mostram que, em junho, a abertura de vagas concentrou-se no setor público (58 mil) e entre os empregados domésticos (37 mil). Houve redução de 24 mil ocupados entre assalariados com carteira assinada, de 11 mil entre assalariados sem vínculo formal e de 10 mil, entre autônomos. Em 12 meses, o assalariamento com vínculo formal no setor privado cresceu 6,8% e o setor público teve incremento de 5,9%.
Com relação aos rendimentos, de abril para maio houve crescimento de 0,8%, para ocupados e assalariados. Com este aumento, o valor do rendimento médio real ficou em R$ 1.151, e o salário médio alcançou R$ 1.241. Em relação a maio do ano passado, houve crescimento de 3,5%.
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Comportamento das regiões
Apenas na região metropolitana de Recife houve pequeno crescimento no desemprego, com a taxa chegando a 20,6%, contra 20,5% do mês anterior. Salvador também apresentou taxa de 20,6%, o que significou um recuo de 1,0%, em comparação com maio. Em São Paulo, a redução correspondeu a 1,4%, na comparação entre junho (13,9%) e maio (14,1%). Nas outras três regiões acompanhadas pela PED, a diminuição foi mais expressiva. Em Porto Alegre, a taxa de desemprego, que em maio era de 12,2%, passou para 11,9%, com redução de 2,5%. No Distrito Federal, variou de 17,4%, para 16,9%, com recuo de 2,9%. E em Belo Horizonte, a retração foi mais significativa – de 7,5% – com a taxa passando de 10,7%, para 9,9%, e ficando assim em um dígito. Também na comparação em 12 meses, apenas em Recife a taxa de desemprego não teve redução, e apresentou pequena variação positiva de 0,5%. Nos demais casos houve diminuição, as mais expressivas ocorridas em Belo Horizonte (-22,0%) e Porto Alegre (-17,4%).
O nível de ocupação cresceu em Belo Horizonte (1,3%), Distrito Federal (1,0%) e Recife (1,0%), e pouco se alterou em São Paulo (0,2%), Porto Alegre ( 0,2%) e Salvador (0,1%). Em 12 meses, houve crescimento em todas as regiões, ainda que com intensidade variável: 8,1%, em Porto Alegre; 5,9%, no Distrito Federal; 5,6%, em Recife; 4,5%, em São Paulo; 4,2%, em Belo Horizonte; e 1,5%, em Salvador.
O comportamento do rendimento médio real dos ocupados, em maio comparado com abril, foi diferenciado entre as regiões: aumentou em Belo Horizonte (4,0%, com seu valor chegando a R$ 1.028); em Porto Alegre (com variação de 2,8%, e valor de R$ 1.097); e em Salvador (2,7%, R$ 930) e permaneceu relativamente estável em São Paulo (0,3%, passando a valer R$ 1.222), e diminuiu em Recife (4,5%, R$ 707) e no Distrito Federal (1,2%, R$ 1.645). Em 12 meses, foi verificado crescimento nos rendimentos na maior parte das regiões pesquisadas: 9,2%, em Belo Horizonte; 9,0%, em Salvador; 5,5%, no Distrito Federal; 2,1%, em São Paulo; 1,3%, em Porto Alegre. Apenas em Recife houve queda, de 1,8%.
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