Dieese aponta que 88% das categorias teve ganho real em 2007

(São Paulo) O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou nesta segunda-feira, dia 17, a análise dos reajustes salariais negociados em 2007. O estudo aponta para a manutenção da tendência de recuperação do poder de compra dos salários.

Os números são do Sistema de Acompanhamento de Salários – SAS-Dieese, que trabalhou com um universo de 715 unidades de negociação dos diferentes setores da economia, das quais cerca de 96% asseguraram, no mínimo, a recomposição das perdas salariais ocorridas desde a data-base anterior.

Pelo quarto ano consecutivo, mais da metade das categorias acompanhadas obteve ganhos reais frente ao INPC-IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desde a criação do SAS-DIEESE, em 1996, esse é o mais longo período em que predominam negociações que asseguram aumentos reais de salário. Entre 1996 e 2003, apenas por duas vezes essa proporção superou a casa dos 50%.

“O aumento real do salário deve estar vinculado ao crescimento econômico, que é importante, mas com distribuição de renda”, disse Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf-CUT, que representou a Confederação durante a apresentação do Dieese.

“O crescimento econômico é favorável à negociação, mas não está se traduzindo na relação entre o PIB e o salário. O percentual do PIB não está na mesa, mas pode vir a estar. Pode ser uma sugestão, já que o ganho real dos salários está abaixo do PIB desde 2004”, afirmou José Silvestre Prado de Oliveira, supervisor do Dieese, sugerindo que a mesa de negociação salarial deverá contar com um novo elemento neste ano: o PIB (Produto Interno Bruto).

Em 2007, 88% das unidades de negociação acompanhadas pelo SAS-DIEESE
garantiram percentual de reajuste salarial acima da variação do INPC-IBGE. Apesar de bastante próximo do resultado de 2006 – quando 86% dos reajustes foram superiores ao índice inflacionário – este é o melhor resultado de toda a série dos balanços de reajustes do DIEESE.

Os bancários estiveram entre as categorias que tiveram ganhos acima da inflação. Na última Campanha Nacional dos Bancários, a categoria conseguiu um reajuste de 6%, configurando ganho real de 1,13%. “A pesquisa demonstra a força da organização dos trabalhadores num momento de crescimento econômico como o que estamos vivendo. É muito importante manter e ampliar as mobilizações ano após ano para continuarmos com bons resultados como estes”, avalia Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT, com informações da Agência Brasil e da Folha Online

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