Por William Mendes*
A sugestão desta semana do Portal da Contraf-CUT é a edição de outubro da Revista do Brasil, que já se encontra nas bancas e também pode ser assinada.
Felizmente, a revista não é mais um privilégio somente dos milhares de trabalhadore(a)s cujos sindicatos participam do ousado e vitorioso projeto de criar uma revista com o ponto de vista diferente daquelas edições tradicionais da Editora Abril, Editora Globo etc, cujas também tradicionais famílias da elite monopolizam os meios de comunicação no país há décadas.
A edição deste mês traz um conteúdo extremamente diversificado e informativo. É muito bom sair ao final de agradável leitura mais culto. Não estou exagerando.
O que é cultura? Como percebemos a cultura?
Segundo a enciclopédia livre Wikipédia*
Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.
Nesse sentido, as matérias da Revista do Brasil me trouxeram mais cultura, mais informações sob a ótica e valores populares. Essa característica da revista é um diferencial.
Aprendi muito com a matéria sobre a “opção” pelo parto cesáreo. É revoltante o que o sistema faz com as futuras mães.
Na verdade, o que ocorre é a “não-opção”. Quase a totalidade das mulheres é empurrada para a cesariana por questões econômicas e de praticidade por parte dos médicos e planos de saúde.
O que poucos sabem é que a cesariana traz riscos respiratórios para os bebês e que existem várias opções para o “parto humanizado”, desde o parto natural no hospital com o pacote de procedimentos que inclue anestesia, episotomia, ocitocina sintética etc (procedimentos NÃO recomendados pela OMS – Organização Mundial de Saúde) – até o parto em casa com o acompanhamento de uma doula (leia e descubra o que é isso!).
Outra matéria da qual aprendi muita coisa é a que fala sobre a importância de dar oportunidades às pessoas com déficit cognitivo. Eu nem entendia bem a classificação dos tipos de deficiência usados para o mercado de trabalho: física, auditiva, visual, cognitiva e múltipla. A abordagem mostra que falta conhecimento para as empresas e sobra preconceito na hora de contratar esses profissionais.
Quantos sabem que Lucas Prado, o velocista deficiente visual mais rápido do mundo, que quebrou os recordes mundiais nos 100 e 200 metros, além de levar o 3º ouro nos 400, na categoria T11 – para corredores totalmente cegos – era bancário em 2006 quando sofreu um deslocamento de retina?
Bom, nem preciso falar dos excelentes articulistas e jornalistas da revista, que são de primeira linha como Flávio Aguiar, Bernardo Kucinski e Mauro Santayana – todos falando do tema nuclear: o perigo da energia para uso pacífico, para a guerra e dilemas atuais.
Tem uma coluna de Sérgio Mendonça que explica de forma bem simples e direta sobre o papel dos salários, juros e câmbio na economia de um país.
Se você não recebe ainda a revista de seu sindicato, vá até a banca e peça ou faça a assinatura. A Revista do Brasil veio para nos trazer cultura, informação e formação de opinião de qualidade.
*O que é o conceito Wiki?
Sigla em inglês para “O que eu sei é” (“what i know is“), sistema colaborativo de produção e edição não-autoral de conteúdo. O exemplo mais conhecido é a Wikipédia.
O diferencial de uma página de internet Wiki é que todas ou a maior parte do conteúdo pode ser visitada, editada e atualizada por qualquer usuário a qualquer momento.
Fonte: Revista Fórum n.66 set/08
*William Mendes é secretário de Imprensa da Contraf-CUT