(São Paulo) Há 55 anos, os bancários iniciavam uma das mais longas greves de sua história. Foram 69 dias de paralisações e muitos protestos para quebrar a intransigência dos banqueiros. Naquele ano de 1951, a categoria reivindicava um reajuste de 40%, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço.
A greve foi duramente reprimida pelas autoridades, que prendiam e espancavam os trabalhadores. As reivindicações foram parcialmente aceitas, mas as semanas de luta dos bancários tiveram um simbolismo especial. As mobilizações colocaram em xeque a lei de Greve do governo de Eurico Gaspar Dutra. Além disso, foi a partir desta greve que surgiu a iniciativa de criar o Dieese, concretizado em 1955.
Dentro daquele movimento grevista, o dia 28 de agosto ficou marcado para a categoria e foi instituído como o Dia Nacional dos Bancários. Hoje, 55 anos depois, os trabalhadores do ramo financeiro se unificaram para enfrentarem juntos novas batalhas. Uma das principais lutas é contra o assédio moral.
Para marcar a data e protestar contra este mal da modernidade, os bancários realizam neste dia 28 de agosto de 2006 um Dia Nacional de Lutas contra o Assédio Moral. Quase a metade da categoria já sofreu o assédio, segundo recente pesquisa.
“A decisão de realizar um Dia Nacional de Lutas contra o Assédio Moral em pleno Dia do Bancário foi tomada pelo Comando Nacional. Nos quatro cantos do país os sindicatos devem protestar nesta segunda-feira, principalmente porque no dia seguinte temos negociações com a Fenaban. Orientamos os sindicatos a trabalharem com a cartilha ‘Assédio Moral é ilegal e imoral’ junto à base e que distribuam à população carta aberta no jornal do cliente para denunciar as situações humilhantes e constrangedoras que os bancários estão expostos no cotidiano de seu local de trabalho”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT