A greve geral se torna mais real a cada semana. A constatação vem do entusiasmo com que a classe trabalhadora tem recebido a ideia nos estados brasileiros. Termômetro principal para essa análise é a mobilização construída para o dia 22 de setembro, também conhecido como o “esquenta da greve geral.”
“O diálogo frequente com os sindicatos e as bases têm sido importante para essa construção da greve geral. Dia 22 de setembro, todos nós, trabalhadoras e trabalhadores, temos que estar nas ruas, dando um recado para esse governo golpista, dizendo que não vamos tolerar que mexam em nossos direitos. Rumo à greve geral”, convocou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Pedida por grande parte da população, a paralisação da classe trabalhadora visa reafirmar a defesa dos direitos trabalhistas e marcar posição contra o golpe político que levou Michel Temer à presidência do Brasil. Dia 22 de setembro carrega o mesmo espírito, como explica Mauro Ruben, presidente da CUT-Goiás.
“Nós não vamos recuar. Na base, as adesões estão crescendo. Em nosso estado, já temos garantidas as paralisações dos trabalhadores ligados à Saúde e Educação. Uma plenária, na próxima sexta (16), deve definir a paralisação dos transportes também. Lá em Goiás, conseguimos unidade entre todas as Centrais. Ou seja, dia 22 de setembro será um dia importante para a construção da greve geral”, afirmou o dirigente Cutista.
Adriana Oliveira, presidenta da CUT-Maranhão, acredita que a ideia de uma data que sirva de “esquenta”, ajuda a mobilizar. “Nesse dia, vamos intensificar os debates sobre os desmandos desse governo, falar sobre os direitos que podemos perder e os ataques que vamos sofrer. Lá no nosso estado, vai todo mundo parar pela manhã, e à tarde faremos um grande ato na praça Marechal Deodoro.”
A lista de prejuízos que podem ser causados pela gestão de Michel Temer deve ser utilizada na conversa com as bases, explica Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT-Minas Gerais. “Querem desmontar o SUS, acabar com a CLT, impor o negociado sobre legislado, promover uma reforma da Previdência que prejudica a trabalhadora e o trabalhador. São diversos ataques e a classe trabalhadora precisa estar ciente. Após dia 22, vamos estar mais fortes ainda para a greve geral”, finalizou.
Em São Paulo, a expectativa é de uma grande paralisação, com o envolvimento de diversos setores. “Nós esperamos uma grande mobilização para dia 22 de setembro, em especial no setor público, onde temos ao menos cinco grandes sindicatos que já aderiram e vão cruzar os braços. O setor metalúrgico também já confirmou que irá parar dia 22. Ou seja, vamos ter um dia intenso”, afirmou Douglas Izzo, presidente da CUT-São Paulo, reforçando que o movimento pode crescer, já que uma plenária chamada pelos trabalhadores do setor de transportes para decidir sobre a adesão ao “esquenta” ocorrerá na próxima sexta-feira (16).