Na quarta-feira (1) os funcionários do BB viram se concretizarem as seríssimas consequências do processo de reestruturação feito pelo banco no final do ano passado. Foi o último dia de posses no TAO Especial-, sistema que foi criado para inscrições e seleção aos cargos que ficarem vagos em função de aposentadoria incentivada e para realocação dos funcionários que tiveram seus cargos extintos ou reduzidos, devido ao fechamento de centros de serviço e agências. O resultado foi desastroso, com centenas de casos de descomissionamentos, de reenquadramento como escriturários, em alguns casos, redução de até 70% do salário, além de forte comoção entre o funcionalismo.
Como já havia sido denunciado pela Contraf-CUT o plano de aposentadoria e as realocações não acomodariam todos os comissionados atingidos, uma vez que haviam funções extintas e haveriam desligamentos em locais que foram pouco atingidos pelo plano de reestruturação, que afetou mais de 9 mil funcionários.
Muitos bancários se manifestaram nas redes sociais, indignados com os cortes abruptos nos salários e também pelo sofrimento imposto a eles próprios a aos colegas: “São pais e mães de família que não terão como arcar com seus aluguéis, estudantes que não terão como pagar a faculdade. Um impacto terrível, o maior ataque em décadas ao funcionalismo do BB” afirma Carlos de Souza, secretário geral da Contraf-CUT.
Segundo o dirigente, os funcionários não aceitam a desumanidade do Banco do Brasil que trata seus funcionários como números e a Contraf-CUT vai fazer a denúncia na segunda reunião com Ministério Público do Trabalho, marcada para a próxima terça-feira (7) em Brasília: “O banco ficou de apresentar nesta reunião a conclusão sobre os números e os impactos da reestruturação, vamos denunciar o descomissionamento em massa e propor uma Ação Civil Pública para garantir os direitos de todos os que foram prejudicados” afirma.
Entre outras medidas de mobilização, a Contraf-CUT também vai orientar os departamentos jurídicos de sindicatos e federações sobre possíveis medidas para defender os trabalhadores afetados pelas realocações e pelos descomissionamentos: “Os bancários do BB vão continuar mobilizados, não vão descansar um só segundo na defesa destes trabalhadores, que ajudaram a construir a grandeza do banco e recebem como paga um tratamento arbitrário e desrespeitoso”, destaca Carlos Souza.