Deputados do RS pedem apoio para mo‡Æo em defesa do BB

(Porto Alegre) Os deputados estaduais do RS Ronaldo Zülke e Adão Villaverde, do PT, e Raul Carrion, do PC do B, buscam apoio de parlamentares de outros estados na defesa do Banco do Brasil. Eles levaram a preocupação sobre o futuro do banco para a 11ª Conferência da União Nacional dos Legislativos Estaduais, que ocorre no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, onde estão recolhendo assinaturas para a Moção pela Suspensão da Reestruturação do BB.

 

Os parlamentares que lideram a iniciativa entendem que a terceirização de áreas estratégicas do banco vai provocar grandes perdas nas economias locais, com a migração de empregos e das atividades de licitação, contratação e fiscalização para apenas cinco capitais.

 

"Não são simplesmente os empregos diretos no Banco do Brasil, mas também de milhares de empresas de pequeno e médio porte, em todas as regiões, que são afetadas pelas medidas. Os estados perdem importância política, receitas e ganham aumento do desemprego. O Banco aumenta seu lucro e a sociedade perde", diz o documento.

 

Essa iniciativa é resultado da audiência pública ocorrida nesta quarta-feira, dia 23, na Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia Legislativa do RS.

 

Confira a íntegra do texto:

 

MOÇÃO PELA SUSPENSÃO DA REESTRUTURAÇÃO DO BANCO DO BRASIL

 

Em maio de 2007 o Banco do Brasil iniciou uma reestruturação cujo objetivo é centralizar em 5 capitais os seus Centros Regionais de Logística – desconhecendo as dimensões continentais do país -, restringir o atendimento nas agências e terceirizar áreas estratégicas.

 

A diretoria do Banco diz que seu plano de ações estruturantes visa conferir mais eficiência e competividade frente aos bancos privados. Entretanto, a lógica da centralização está fazendo com que os funcionários mais qualificados do Banco sejam deslocados para outras dependências fora de sua área de especialização, ainda com perdas salariais e com tempo exíguo para tomada de decisões. A diretoria do Banco não considera o impacto do passivo trabalhista decorrentes deste plano, não apenas da mão-de-obra interna, como também daquelas referentes aos contratos terceirizados. 

 

Esta centralização da logística vai provocar grandes perdas nas economias locais , com a migração de empregos e das atividades de licitação, contratação e fiscalização para apenas 5 capitais. Não são simplesmente os empregos diretos no Banco do Brasil, mas também de milhares de empresas de pequeno e médio porte, em todas as regiões, que são afetadas pelas medidas. Os estados perdem importância política, receitas e ganham aumento do desemprego. O Banco aumenta seu lucro e a sociedade perde.

 

Questiona-se, ainda, o papel do Banco do Brasil enquanto empresa cujo maior acionista é a própria União.  Esse papel, que inclui o lucro e um posicionamento forte no mercado, não pode excluir o povo.  Quando a direção da empresa determina que clientes com renda inferior a R$ 2.000,00 deverão ser atendidos da porta da agência para fora (salas de auto-atendimento, telefone 0800, agências lotéricas) está excluindo a maioria do povo brasileiro. 

 

Essa é uma ação que contradiz frontalmente o discurso de bancarização e inclusão social pregado pelo próprio acionista majoritário.  Será que é isso que o povo brasileiro espera de um banco público?  É este o papel que o Banco do Brasil quer exercer diante da sociedade? A que interesses deve servir o Banco do Brasil? Não parecem ser os interesses do povo brasileiro.

 

O Banco do Brasil deve atuar como regulador de mercado, reduzindo taxas, juros e tarifas. Com esta reestruturação, o Banco do Brasil está sendo um agente promotor de desigualdade entre as regiões.

 

Cabe ao governo federal intervir na política do Banco para que esta lógica neoliberal seja abandonada e o Banco do Brasil assuma seu papel social como banco público que promove o desenvolvimento regional e seja realmente o banco dos brasileiros e não mais um banco de mercado, cujo único objetivo é o lucro.

 

Isso posto, os parlamentares abaixo-assinados propõem:

 

– IMEDIATA SUSPENSÃO DO PLANO DE "EXCELÊNCIA NA GESTÃO – REESTRUTURAÇÃO" DO BANCO DO BRASIL;

– ABERTURA DE NEGOCIAÇÃO COM AS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DOS FUNCIONÁRIOS;

– FORTALECIMENTO DO CARÁTER PÚBLICO E SOCIAL DO BANCO DO BRASIL, ENQUANTO INSTRUMENTO DE FOMENTO DA ECONOMIA E DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

 

XI Conferência Nacional dos Legislativos Estaduais

24 e 25 de Maio de 2007 – Porto Alegre/RS

                

Fonte: Seeb PoA

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