Deputado Monteiro manifesta apoio à greve dos bancários na Câmara

O deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG) fez um pronunciamento na quarta-feira (25) na tribuna da Câmara, manifestando “solidariedade e apoio à greve dos bancários”. O parlamentar, que exerce o terceiro mandato, relatou o quadro da paralisação no país e destacou as principais reivindicações da categoria.

“Segundo o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional de Greve, Carlos Cordeiro, os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões só no primeiro semestre deste ano, e exibem a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários. A categoria já deixou claro que não volta ao trabalho sem aumento real, senhor presidente, e promete ampliar a greve para quebrar a intransigência da Fenaban”, disse Monteiro.

Leia a íntegra do pronunciamento do deputado mineiro:

Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Servidores e Servidoras da Casa e dos Gabinetes Parlamentares,
Ouvintes da Rádio Câmara,
Telespectadores da TV Câmara,

A greve nacional dos bancários, que completou sete dias nesta quarta-feira, já paralisou cerca de 10 mil agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todo país, além de ter realizado passeatas em várias capitais para manifestar a indignação contra o silêncio dos bancos diante de suas reivindicações por aumento real de salário, valorização do piso, mais contratações e fim da rotatividade, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, vai se reunir nesta quinta-feira em São Paulo, senhor presidente, para fazer um balanço da primeira semana da paralisação. A greve nacional foi deflagrada no dia 19, depois que os bancários rejeitaram em assembleias realizadas dia 12 a única proposta apresentada pelos bancos até agora, que apenas repõe a inflação do período, de 6,1%, e nega as demais reivindicações econômicas e sociais.

Como nos anos anteriores, senhor presidente, a greve vem crescendo a cada dia. No primeiro dia foram fechados 6.145 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e no Distrito Federal. A paralisação atingiu 7.282 dependências no segundo dia e 9.015 unidades nesta segunda-feira 23.

Segundo o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional de Greve, Carlos Cordeiro, os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões só no primeiro semestre deste ano, e exibem a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários. A categoria já deixou claro que não volta ao trabalho sem aumento real, senhor presidente, e promete ampliar a greve para quebrar a intransigência da Fenaban.

As principais reivindicações dos bancários são, senhor presidente: Reajuste salarial de 11,93% (garantindo 5% de aumento real, além da inflação); participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 5.553,15; piso de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese); auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional); melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários; fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330, que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação; Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários; Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Aproveito a oportunidade nesta Casa para manifestar minha solidariedade e apoio aos bancários.

Muito Obrigado, senhor presidente.

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