Os funcionários do BRB ficaram assustados com uma série de acontecimentos dos últimos dias que versavam sobre a privatização e o enfraquecimento do banco.
Primeiro foi um debate promovido pela rádio CBN, na semana passada, ocasião em que o professor universitário Adolfo Saschida defendeu a privatização da instituição financeira argumentando que é inadequado o estado administrar banco.
Depois foi a vez de Raimundo Ribeiro, líder do governo Rollemberg na Câmara Legislativa acusar o BRB de confiscar salários dos servidores do GDF, e ainda defender que os servidores pudessem escolher o banco que quisessem receber o salário.
Por fim, manifestações do blog de Washington Dourado, diretor do Sindicato dos Professores, acusa o BRB de cometer um crime contra os servidores ao proceder um desconto indevido m suas contas, e que o banco teria se transformado numa banca de exploração dos servidores.
Primeiro aos fatos: o GDF depositou parte dos atrasados das férias dos servidores da Educação na noite de sexta (30). O sistema do BRB ‘leu’ o depósito como crédito de salário normal, e efetuou débitos antecipados de empréstimos diversos. Porém, tão logo o banco tomou conhecimento do erro, procedeu ao estorno dos débitos indevidos.
Quanto ao pronunciamento do professor Saschida, que defende a privatização do banco, certamente trata-se de um defensor da política neoliberal que tanto mal fez ao povo brasileiro nos governos do PSDB, haja vista o descalabro do abastecimento de água em São Paulo e em Minas Gerais, e ainda dos oito anos de triste memória de FHC, cujo legado foi a entrega do patrimônio público para o mercado e um país dos mais desiguais do mundo.
Esquece-se este professor dos fatos da história que aponta que o mercado não substitui o estado, e este precisa ser forte para intervir quando necessário, haja vista a injeção milionária feita pelo governo dos EUA para salvar o país da bancarrota quando da crise financeira de 2007. Certamente para situações como esta este professor não tem explicações.
Outro fato é que o referido professor, atualmente pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é filiado ao partido Democratas – foi candidato em 2014 a deputado distrital defendendo a privatização do banco. Não podemos esquecer também que o Democratas é o antigo PFL, que deu sustentação ao corrupto governo de Arruda, e cujos fundadores sustentaram a ditadura militar brasileira. Ou seja, dele não se pode esperar algo diferente.
Quanto a posição do líder do governo Raimundo Ribeiro, não podemos esquecer que se trata de um parlamentar do PSDB, que serviu ao governo Arruda, o governador que quis privatizar o BRB e foi responsável pela maior crise de corrupção do DF.
Aliás, é de se estranhar um governador cujo partido exibe o nome socialista (PSB – Partido Socialista Brasileiro – partido de Rollemberg), ter como líder um ferrenho defensor da primazia do mercado e membro de um partido (PSDB) que despreza o povo e tudo faz para agradar aos rentistas e latifundiários.
Na verdade, cabe ao governador cobrar explicações de seu líder, pois ao contrário dele, o governador afirmou e reafirmou, enquanto candidato e como governador eleito, ao Sindicato, seu compromisso com o BRB público e forte.
Estas foram as palavras de Vasco Gonçalves, indicado por Rollemberg para a presidência do banco, ao Sindicato, em audiência ocorrida na segunda (2), ocasião em que foi cobrada de Vasco uma posição sobre a postura de Raimundo Ribeiro, e também uma resposta do BRB ao ocorrido.
Na própria segunda o banco fez um esclarecimento à população, nota reproduzida ainda na segunda (2) pelo site do Sindicato dos Professores e pelo blog de Washington Dourado.
Sobre o comentário de Washington Dourado, o Sindicato dos Bancários de Brasília buscará o diálogo com o dirigente do Sindicato dos Professores para esclarecer a importância da defesa do banco público.
Cabe ressaltar que a defesa de empresas públicas é pauta de todos os sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), central a qual o Sindicato dos Bancários e dos Professores são filiados.
Por fim, o Sindicato reitera sua defesa de um BRB forte e público, conclama todos os funcionários do banco e a sociedade em geral para defender este patrimônio da sociedade do DF e cobra coerência de Rollemberg, cujo líder na Câmara Legislativa, Raimundo Ribeiro, ao propor a possibilidade de os servidores receberem seu salário em qualquer banco atenta contra o discurso do governador.
Concluindo, cabe esclarecer ao distinto deputado que, na prática a portabilidade já permite ao correntista transferir sua movimentação para qualquer banco, não sendo necessária por em prática nenhuma nova medida.
BC aprova Vasco Gonçalves para presidência do BRB
Na terça (3), o Banco Central aprovou o nome de Vasco Gonçalves para a presidência do BRB e o dos demais diretores indicados pelo governo Rollemberg.
A posse foi realizada na quarta (4). No caso de Vasco, ele foi empossado como vice-presidente, respondendo como presidente até que seu nome seja aprovado pela Câmara Legislativa do DF, após sabatina.
O Sindicato já se reuniu com o novo presidente do BRB, e nos próximos dias agendará encontro com a nova diretora responsável por tratar de assuntos relacionados aos funcionários.