Banco diz que não promoverá nenhum ajuste no programa
A primeira decisão de peso da atual diretoria relacionada aos bancários do BRB frustrou a enorme expectativa gerada após a confirmação de um funcionário de carreira na presidência. Conforme resposta da diretora de Pessoas Cristiane Bukowitz, em reunião ocorrida na quinta-feira 26, o banco não promoverá nenhum ajuste no programa, o que acarretará o pagamento de apenas parte da PLR.
“O ajuste poderia ter sido feito, visto que o acordo específico de PLR prevê. Com esta decisão, os funcionários, em sua totalidade, não receberão a integralidade da PLR, pois a meta banco não foi alcançada; e, a maior parte, receberá apenas a parte linear, pois, com a manutenção das metas impostas no passado, quase todas as unidades do banco não conseguiram atingir suas metas”, ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Antonio Eustáquio.
Não bastasse o resultado do semestre ter ficado muito aquém do potencial do banco (apenas R$ 45,7 milhões no semestre), o que por si só já geraria uma PLR muito pequena, agora com esta decisão, o que seria ruim ficou pior. Muitos funcionários receberão apenas metade do que teriam direito (ver quadro com os percentuais lineares para cada funcionário neste link). No caso dos escriturários e caixas, o percentual da maioria será equivalente a 70% do que poderia ser, conforme cláusula de acordo específico de PLR.
“O banco, dentro do que preconiza a cláusula do acordo de PLR poderia (e deveria) ter ajustado o plano de metas. Não o fez por decisão no mínimo equivocada, o que prejudica sobremaneira os funcionários. Esta decisão frustra, e de certa forma esmorece a expectativa do conjunto dos bancários do BRB para com esta nova diretoria”, afirma Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato.
O banco, em comunicado publicado ainda na noite de quinta-feira 26, afirma que cumprirá o que determina o acordo de PLR. Deixa transparecer ainda que o modelo é ruim e que se propõe a mudá-lo. Esta afirmação é uma meia verdade, e a utilização deste expediente para tentar se eximir de responsabilidades não se coaduna com os compromissos que se esperava desta nova gestão.
O acordo ora invocado para justificar a decisão do banco, em sua cláusula 12, item 12.1, deixa claro que, em face de mudança de cenário, as metas devem ser ajustadas. O que ocorreu no segundo semestre de 2014 foi uma completa deterioração do ambiente macroeconômico, que impactou vigorosamente no sistema financeiro, especialmente na concessão de crédito, o que se evidenciou no resultado de praticamente todos os bancos. Ter ignorado isso é no mínimo miopia administrativa.
Por fim, o Sindicato está aberto a discutir qualquer proposta que possa aperfeiçoar nosso modelo de PLR, embora, pelo modelo atual, a alteração que permitiria o pagamento integral já estivesse prevista.
“Qualquer programa de PLR só terá êxito se o BRB tiver uma administração compatível com os novos tempos e trabalhar arduamente pela colocação do banco no patamar que ele tem de potencial. Só a geração de resultados esperados para uma instituição com o corpo funcional altamente capacitado como o BRB tem será capaz de um pagamento de PLR robusto. Se depender dos funcionários, este patamar sempre será alcançado. Cabe agora à diretoria fazer sua parte: apontar caminhos estratégicos corretos, caminhar rumo a uma gestão eficiente e permitir que os funcionários exerçam sua plena capacidade”, conclui Eustáquio.
Na mesma reunião com a diretora Cristiane, face à decisão da atual diretoria de não promover ajustes que permitissem o pagamento integral da PLR, o Sindicato reivindicou ao banco o pagamento de um abono para cada funcionário no valor que permitisse alcançar o mesmo valor recebido de PLR referente ao primeiro semestre de 2014, pago em setembro passado. Em um exemplo hipotético, um funcionário que tenha recebido R$ 2.000,00 em setembro, de PLR, caso receba agora em abril R$ 1.000,00, teria direito a um abono de R$ 1.000,00, de forma a receber o mesmo valor do pagamento anterior.
“Esta é uma forma de minimizar a péssima repercussão relativa à PLR do segundo semestre de 2014, e de resgatar, de alguma forma, a auto estima e o entusiasmo dos funcionários neste momento tão desanimador”, sintetiza Cristiano, para quem “acima de qualquer atitude de incentivo que o banco deve ter como meta, um reconhecimento financeiro faz diferença.”