A pior proposta dos últimos anos e o silêncio dos bancos fazem a greve dos bancários crescer a cada dia. Nessa quinta-feira (15) o movimento grevista completa dez dias e mais uma vez agências e centros administrativos estão fechados.
Além de não apresentar proposta, bancos descumprem a lei de greve. É o caso do Itaú, flagrado na quarta-feira levando bancários com crachá de funcionário provisório para prédio de terceirizada. A prática desobedece a liminar que determina ao banco proibição dos contingenciamentos.
Nesse décimo dia de greve, pararam os centros administrativos Vila, Casa 1 e 3 do Santander; Cesec, Complexo São João e Complexo Verbo Divino do Banco do Brasil; Superintendência Regional da Sé, da Caixa; Alphaville, Prime Paulista, Telebanco e Nova Central do Bradesco. Do Itaú, estão fechados CA Raposo, CAT, CTO, CA Brigadeiro, Orbital, IBBA, GPSA, prédios das ruas Fábia e Jundiaí. O Telebanco HSBC também fechou nesta quinta-feira, além de centenas de agências no Centro Novo e Velho, Avenida Paulista, Praça Panamericana e Lapa na zona oeste e Rua Voluntários da Pátria na zona norte.
Na quarta, 722 locais de trabalho permaneceram fechados em São Paulo, Osasco e região: 698 agências e 24 centros administrativos. Mais de 56 mil bancários que se somam a outros milhares em 11.481 unidades fechadas de todo o Brasil.
"A Fenaban não faz nova proposta há 20 dias. Após um mês de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, no dia 25 de setembro apresentaram índice de reajuste para a categoria com perda real de 4%. Levaram os trabalhadores a essa forte greve", afirma a vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. "Estamos prontos a negociar, mas com seriedade: proposta tem de ter reajuste digno para os salários. Os bancos estão lucrando como sempre, podem pagar."
Manifestação
Um grande ato conjunto será realizado na sexta 16, na Avenida Paulista. A concentração será a partir das 15h, no vão livre do Masp. Bancários e petroleiros estão em campanha e a luta é, além de aumento real para salários, por manutenção dos empregos, contra a sobrecarga de trabalho que adoece, a terceirização fraudulenta.
Também participarão trabalhadores do setor de alimentação, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e dos Sem Terra (MST), cobrando respeito aos seus direitos.