Debates sobre visibilidade LGBT no Rio apontam discriminação no trabalho

O ciclo de debates sobre a visibilidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), realizado na semana passada no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, apontou a discriminação no mundo do trabalho. O evento foi concluído com palestra mediada por Marlene Miranda, do Coletivo de Mulheres da CUT/RJ. O debate ficou a cargo de Virginia Figueiredo, da LBL (Liga Brasileira de Lésbicas) e Yone Lindgren, coordenadora-geral do Movimento D’elas.

“A ideia de ter um dia de debates dedicado apenas às lésbicas é para reforçar o fato que elas são duplamente discriminadas, por serem mulheres e lésbicas, e a aceitação na sociedade é diferente, vivemos em uma sociedade sexista e machista”, enfatizou Adilson Barros, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, da Contraf-CUT e do Coletivo LGBT da CUT/RJ.

“A discriminação com as lésbicas é diferenciada, pois ela só acontece após a recusa do desejo masculino, ou seja, quando o homem assedia, mas não é correspondido. Foi o que aconteceu com Marcia Líbano”, afirmou Yone.

O caso da bancária Márcia Líbano, demitida do Itaú após solicitar a inclusão da sua parceira no seu plano de saúde, assumindo, assim, a sua homossexualidade, foi amplamente abordado.

Sociedade conservadora

Para Virgínia Figueiredo, há uma visão conservadora da sociedade, onde a família tenta estabelecer um modelo e a filha tem que casar. “Esse modelo também existe no mercado de trabalho. As empresas e chefes exigem a aparência mais feminina. Mas para fugir desse padrão, muitas lésbicas resolveram se masculinizar, para impactar a família e a sociedade e tentar fazer com que a sociedade aceite sua posição”, disse.

Para Adilson, as reações à homossexualidade dos funcionários de bancos públicos são bem diferentes àquelas nos bancos privados. No setor público não existe a possibilidade de demitir o funcionário, o que acaba levando as empresas a aceitar a posição do funcionário.

“O que os bancos deveriam fazer é, juntamente com os sindicatos, elaborar um programa ou um treinamento que discutisse a diversidade, tanto sexual quando cultural, para que assim não existam mais casos como o da bancária Marcia”, conclui Adilson.

O último dia de debate contou com a participação da Cia. Emergência Teatral.

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