(São Paulo) Depois de quatro dias de muito debate em treze encontros específicos, os cerca de oitocentos delegados que participam da 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro reuniram-se neste sábado em uma única plenária. Até domingo, os participantes do evento vão definir a pauta de reivindicações e a estratégia de mobilização para a Campanha Nacional dos Bancários 2006.
A abertura dos trabalhos de hoje contou com a participação do senador Aloizio Mercadante, do sociólogo e professor da Uerj, Emir Sader, e do presidente da CUT Nacional, Artur Henrique.
Mercadante destacou a importância histórica dos bancários na luta dos trabalhadores brasileiros. O senador também ressaltou a importância dos bancos públicos no incentivo ao desenvolvimento do Brasil e na distribuição de renda.
O sociólogo Emir Sader apresentou uma aula sobre conjuntura política e econômica no Brasil e no mundo. Sobre as eleições de outubro, Sader declarou seu voto em Lula e disse que os ataques que o PT vêm sofrendo mostram que o governo não agrada à direita. “Os pobres estão com o Lula. Ao contrário do PSDB que ficou oito anos no governo federal e é rejeitado pelos pobres”, disse.
Ele defendeu a união das esquerdas brasileiras num segundo mandato de Lula e exortou os sindicalistas a lutarem muito em defesa dos trabalhadores. “Não tem sentido eleger um governo de esquerda se não for para lutar por justiça social. Porque hoje o Brasil está vivendo uma grande luta de classes”, afirmou. Emir Sader também ressaltou a importância da criação da Contraf-CUT. “Vocês estão inseridos num lugar fundamental e estratégico, que é o Sistema Financeiro Nacional. E vocês têm capacidade para resistir e lutar muito contra os poderosos donos do capital financeiro”.
O presidente da CUT, Artur Henrique, falou da sua satisfação em participar do Congresso e que a organização da Contraf-CUT mostra que o movimento sindical tem muito o que se espelhar nos trabalhadores do ramo financeiro.
Após o debate político, a plenária fez uma pausa para o almoço. Os trabalhos da tarde começam com uma apresentação macro-setorial do Dieese, que também vai falar sobre o novo perfil dos trabalhadores do ramo financeiro. Logo após acontecem os debates das reinvindicações de saúde.
Fonte: Contraf-CUT