Debate e confraternização vão marcar festa dos 84 anos de vida e luta do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre

O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre completa 84 anos de fundação, nesta quarta-feira (18). A data marca uma trajetória com muitos avanços, enfrentamentos, diferentes conjunturas históricas, repressão política e sindical, prisões de dirigentes, mas com um saldo inquestionável de grandes conquistas para toda a categoria.

A história

Criada oficialmente a 18 de janeiro de 1933, na primeira etapa do Governo Provisório de Getúlio Vargas no poder, nossa entidade de classe foi oficializada em uma Assembleia Geral com 185 bancários presentes.

Ao longo da história, o Sindicato sofreu quatro intervenções. A primeira em 1946, com a queda do Estado Novo de Getúlio. Depois, em 1964, durante o Golpe Militar. Outra intervenção foi em 1968, no recrudescimento do regime militar e a imposição do Ato Institucional nº 5, o AI-5. Em seis de setembro de 1979, em uma das mais longas greves da trajetória dos bancários porto-alegrenses, ocorreu a quarta e última intervenção. Ela durou 10 meses e cinco dias.

Na época, a ação autoritária cassou os dirigentes sindicais Aquiles Notti, Câncio Vargas, Felipe Nogueira e o então presidente do Sindicato, Olívio Dutra.

Prisão dos dirigentes

“A Ditadura acreditava que, com a prisão das principais lideranças, a greve terminaria”, diz o presidente do SindBancários, Everton Gimenis. “Grave equívoco, pois a greve – que antes tinha motivação econômica – continuou a partir dali com a bandeira da libertação dos dirigentes. Isto mostra o grande sentido coletivo que sempre norteou a nossa categoria em momentos difíceis”, concluiu Gimenis.

Na avaliação do presidente do Sindicato, neste ano em que a entidade completa 84 anos, o mesmo espírito combativo de nossa história será mais uma vez importante para superarmos os obstáculos que a conjuntura nacional e estadual apresenta. “Junto com os demais trabalhadores, nossa categoria precisa derrotar as propostas do governo Temer, que ataca os nossos direitos. As reformas da Previdência e trabalhista, junto com projeto de terceirização e outras, só serão barradas no Congresso Nacional com muita luta e união”, diz Gimenis.

Ameaças no país e no estado

Ao mesmo tempo, os bancários enfrentam ainda a tentativa de desmonte do Banco do Brasil e Caixa Federal, com demissões e fechamento de agências.

No estado, instituições fundamentais ao desenvolvimento, como o Banrisul e o Badesul, também correm riscos no atual governo gaúcho. “Sem falar no chamado banco digital, que já começa a dar sinais da sua perversidade, com demissões nos bancos privados”, alerta o presidente do SindBancários.

Esperança e luta

Renovar a esperança e reafirmar o valor da luta e da união, para obter conquistas e garantir respeito aos nossos direitos, continua sendo fundamental, quando o Sindicato chega aos 84 anos de existência como uma das referências do sindicalismo riograndense e nacional.

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