CUT terá paridade entre homens e mulheres em cargos de direção em 2015

Trabalhadoras festejam ampliação da presença da mulher nas decisões da CUT

No mais acirrado debate do 11º Congresso Nacional da CUT (Concut), que aconteceu em São Paulo, o plenário aprovou uma alteração no estatuto para garantir a paridade de gênero na direção da central. A partir do próximo congresso, em 2015, o número de homens e mulheres será igual – hoje, as mulheres representam 30% -, inclusive nas instâncias estaduais.

Antes da votação, houve várias manifestações, principalmente a favor da paridade, com bandeiras, batucada e cantoria. Depois, muitas choraram, enquanto cantavam o Hino Nacional e a música “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

“Isso significa trazer a mulher para dentro da central. A nossa central está reconhecendo que as mulheres são parte da classe trabalhadora, que elas são importantes para construir organizações democráticas”, afirmou a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane da Silva, empregada no setor de calçados. Ela contestou argumentação dos setores contrários à paridade. Algumas das forças políticas que atuam na central eram contra a mudança no estatuto.

“Isso não divide, pelo contrário. Significa reconhecer que a classe trabalhadora tem dois sexos. Uma central sindical que quer representar os trabalhadores tem de reconhecer a opressão”, disse Rosane, para quem não se trata de uma questão numérica, mas de reconhecer que as mulheres são discriminadas no mercado de trabalho e, inclusive, no movimento sindical.

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