A nova diretoria da CUT São Paulo para o quadriênio 2023-2027 foi eleita neste domingo (27) pelos 660 delegados e delegadas dos diversos ramos cutistas do estado. A eleição concluiu o 16º Congresso Estadual da CUT (Cecut São Paulo), na Praia Grande, litoral paulista.
No encontro, a ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região e atual presidenta do Instituto Lula, Ivone Silva, foi eleita para o cargo de vice-presidenta. O novo presidente da entidade é Raimundo Suzart, do Sindicato dos Químicos do ABC.
Outros três novos diretores pertencem ao ramo financeiro: Antonio Netto (Fetec-CUT/SP), Belmiro Moreira (Sindicato dos Bancários do ABC) e Ari Algaba (Sindicato dos Bancários do Vale do Ribeira).
Ivone destacou que nos próximos anos deverá ser intensificada a luta para que os trabalhadores se apropriem dos ganhos das novas tecnologias. Também deverão ser aprofundados os debates visando a reindustrialização no estado, conforme a dirigente.
“A expectativa para os próximos quatro anos é continuar defendendo todos os ramos da classe trabalhadora. As indústrias sumiram de São Paulo. Hoje o estado e a cidade de São Paulo deixaram de ser centros que atraiam empregos de qualidade. Também é importante discutir a questão dos trabalhadores de aplicativos e os impactos das novas tecnologias nas vidas dos trabalhadores – principalmente o que o trabalhador pode obter de vantagens com a tecnologia, que é a redução da jornada. É importante discutir a redução da jornada para que o trabalhador realmente usufrua dos benefícios da tecnologia”, disse Ivone.
Ivone Silva esteve à frente do Sindicato dos Bancários de São Paulo de 2017 a 2023. Ela também foi uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa nacionalmente a categoria nas negociações com a Federação Nacional dos bancos (Fenaban).
A nova direção da CUT-SP também deverá focar no fortalecimento dos sindicatos e na defesa das empresas e dos bancos públicos, frisou Antonio Netto, dirigente da Fetec-CUT/SP e coordenador do coletivo de dirigentes sindicais do Banco do Brasil do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
“Para este mandato, seguiremos firmes na luta para garantir direitos. Que os sindicatos sejam fortalecidos e possam garantir acordos cada vez melhores para os trabalhadores. Que façamos o enfrentamento à entrega do patrimônio público ao grande capital, como no absurdo caso da Sabesp. Esta gestão terá a responsabilidade de esclarecer os trabalhadores dos perigos que a política de extrema direita do governador Tarcísio representa. Que a CUT-SP siga na defesa dos bancos públicos, do desenvolvimento sustentável, da promoção de igualdade da justiça e da democracia”, afirmou Netto.
Ari Algaba, presidente do Sindicato dos Bancários do Vale do Ribeira, enfatizou que a reforma sindical deverá ser debatida pela nova direção da CUT-SP.
“A nova gestão vem estimulada. Com um governo progressista, a mobilização dos empregados deve ser cada vez maior. Os desafios são grandes, a gente tem noção das reformas que têm de ser feitas e que são imediatas para o país. No sentido dos trabalhadores do ramo financeiro, uma das prioridades é fazermos ajustes na reforma trabalhista, que foi muito danosa para a classe trabalhadora, principalmente no sentido de perder a homologação feita no sindicato, e a contribuição negocial. A gente precisa reestruturar e ver uma forma de as homologações serem feitas nos sindicatos, bem como fornecer subsídios para que os sindicatos sejam independentes”, destacou Algaba.
Unidade
Ao defender a rejeição de uma emenda que critica o Fórum das Centrais, na reforma sindical, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira, ressaltou a importância da unidade da classe trabalhadora por meio da sintonia entre a CUT e demais centrais sindicais e com os movimentos populares.
“Saímos de um golpe, dado para retirar direitos previdenciários e trabalhistas, para enfraquecer o serviço público, para entregar as empresas públicas e as nossas riquezas. E a gente saiu deste golpe buscando a unidade com forças progressistas, que defendiam a democracia. A CUT está completando 40 anos. A CUT nasceu para dirigir a classe trabalhadora, e não para dirigir um segmento apenas. A CUT tem de fazer a articulação, sim. A CUT criou a Frente Brasil Popular, criou a Frente Brasil Sem Medo, está se relacionando com vários segmentos da sociedade”, disse Juvandia. “A gente precisa ter unidade na classe trabalhadora, e isso significa articulação com as centrais sindicais, com os movimentos sociais, com os movimentos populares e com as forças democráticas da sociedade”, completou a dirigente.
No 16º Concut também foram eleitos os delegados para o 14º Congresso Nacional da CUT (Concut), que ocorre de 19 a 22 de outubro. No evento deste ano, a CUT celebra seus 40 anos de história.
Fonte: Seeb-SP