A Central Única dos Trabalhadores, por meio de sua Comissão Nacional da Amazônia (CNA-CUT), está organizando para os dias 9 e 10 de julho, na cidade de Belém/Pará, uma Plenária Sindical de Mobilização para o Fórum Social Mundial 2009. Entre os objetivos da atividade, que tem caráter regional, está o de sistematizar e socializar os acúmulos do projeto “Nova Agenda para o Desenvolvimento sustentável” (parceria CUT e DGB), discutir e aprovar estratégias que buscam dar visibilidade a participação da CUT no FSM2009 com foco na participação das CUT’s da Amazônia.
Estão confirmadas as presenças do secretário geral da CUT, Quintino Severo; da vice-presidente nacional Carmem Foro; do secretário de Relações Internacionais, João Antonio Felício; e de Rogério Pantoja, da CNA-CUT.
A intervenção da CNA-CUT no Fórum – que será realizado de 27 de janeiro a 1º de fevereiro – deverá focar principalmente no 2º dia (28 de janeiro), dado que será marcado como “Dia da Pan-Amazônia: 500 Anos de Resistência Afro-Indígena e Popular”, dedicado a levar ao mundo as vozes da região. Estão previstas diversas atividades, como testemunhos, conferências, além de celebrações e mostras culturais, encerrando com a “Festa da Aliança”, que celebrará a aliança entre os povos da Amazônia com os povos do mundo inteiro.
Na continuidade da mobilização para o Fórum Social Mundial serão realizadas atividades nos meses de agosto e de novembro, dando continuidade às mobilizações dos cutistas dos 9 Estados da Amazônia Legal e buscando também potencializar a articulação do movimento sindical cutista com os movimentos sociais e organizações locais para que, de forma unificada, se construa uma intervenção qualificada e capaz de ecoar em nível global as necessidades da região, as perspectivas de desenvolvimento e os impactos sócio-ambientais para a Amazônia.
O território do FSM 2009 será constituído pela Universidade Federal do Pará, a Universidade Federal Rural da Amazônia e, possivelmente, o Núcleo Pedagógico Integrado – NPI.
O secretário geral da CUT, Quintino Severo, que presidiu a CUT Rio Grande do Sul durante a realização do Fórum em Porto Alegre, em 2005, resgatou o êxito do “Espaço do Mundo do Trabalho e dos Movimentos Sociais”. “Foi um espaço rico de debate, que integrou os eixos temáticos do Fórum e marcou as iniciativas oriundas dos atores comprometidos com a emancipação social e a busca de alternativas por outro mundo possível, livre da política neoliberal e de todas as formas de imperialismo”, declarou Quintino.
Na avaliação do secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, “o momento é extremamente propício para termos um Fórum mais propositivo, que contribua efetivamente para o avanço na disputa de hegemonia a partir de uma visão classista”. “O fato é que passamos da resistência à ofensiva contra os privatistas e neoliberais, particularmente na América do Sul, onde a mobilização popular refletiu na eleição de governos comprometidos com a soberania nacional. Com a nossa contribuição, o Fórum deve refletir este novo tempo, compartilhando a rica experiência do movimento sindical, de ação, mobilização e conquista. É preciso também dar destaque a unidade internacional conformada a partir da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) e da Central Sindical Internacional (CSI)”, concluiu João Felício.
Segundo a vice-presidente nacional da CUT e da coordenação do FSM 2009, Carmem Foro, a realização do FSM na região Amazônica acontece em um momento bastante significativo. “Populações do mundo inteiro estarão se apropriando de temas de extrema importância para a região, como a defesa pela demarcação das terras para as tribos indígenas, o controle sobre a venda de terras para as transnacionais do agronegócio, a luta pela eliminação da pobreza, trabalho, renda e economia solidária, sobretudo para as mulheres, a agroecologia e soberania alimentar. O FSM será o espaço de discussão, consciência e compartilhamento de ações e estratégias de luta para a construção de um mundo cada vez melhor”, acrescentou.
Para Rogério Pantoja, da CNA/CUT, o tema do desenvolvimento sustentável é central, pois ao mesmo tempo em que a região necessita de grandes projetos como o das hidrelétricas, para beneficiar a população que lá vive – metade ainda sem acesso à energia elétrica -, é preciso garantias sócio-ambientais e de qualidade do emprego, casadas com investimentos em habitação, saúde, educação. Por isso, “na opinião de Pantoja, toda e qualquer estratégia de desenvolvimento deve dialogar com o acúmulo de debates que já temos, resgatar o que já temos construído, sempre dialogando com o movimento sindical, social e os governos da região”.
Para saber mais sobre o FSM2009, acesse www.fsm2009amazonia.org.br
