A ideia de se criar condições mais favoráveis do que aquelas oferecidas pelo sistema financeiro nacional foi lançada pelo presidente da CUT, Artur Henrique, durante reunião do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social na segunda quinzena de fevereiro.
Naquela ocasião, os integrantes discutiam o papel dos bancos públicos no combate a crise internacional, e entre as discussões sobre redução das taxas de juros, do spread bancário e da ampliação do crédito ao consumidor, Artur fez a proposta em tom de desafio: “Se a CUT fizer uma ampla campanha para que milhares de trabalhadores sindicalizados tornem-se clientes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, vocês isentam essas contas de tarifas bancárias e reduzem os juros do cheque especial, do cartão de crédito, do consignado, etc.?”
A proposta foi bem recebida pelos presidentes das duas instituições financeiras e desde aquele dia, as negociações foram iniciadas até que o protocolo fosse assinado na ultima quarta-feira, dia 18 de março, em São Paulo, durante a reunião da direção nacional da CUT.
Participaram da assinatura do protocolo o presidente da CUT; o vice- presidente do Banco do Brasil, Milton Luciano; o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Borges e diversas lideranças nacionais da Central, como a vice-presidente Carmen Foro; o secretario Geral Quintino Severo; o secretário de Administração e Finanças Jacy Afonso; a secretaria sobre a Mulher Trabalhadora Rosane Silva; a secretária de Comunicação Rosane Bertotti, o secretário de Políticas Sociais e bancário Expedito Solaney; e o Secretário de Política Sindical e presidente da Contraf, Vagner Freitas.
O Protocolo de Entendimentos estabelece um prazo de 30 dias para que as partes estabeleçam os procedimentos operacionais necessários para a estruturação e constituição de Pacotes de Benefícios, abrangendo tarifas, cheque especial e cartão de crédito, para os trabalhadores vinculados aos sindicatos filiados à CUT que migrarem e os que mantiverem seus proventos nas instituições financeiras integrantes deste protocolo.
Segundo Artur Henrique, o objetivo maior dessa negociação é criar mais um instrumento de combate a crise e de forma objetiva e prática conseguir resultados concretos para os nossos sindicalizados. Com a possibilidade de transferência da conta salário, cada trabalhador individualmente pode solicitar receber seu salário por um banco que lhe ofereça um pacote de benefícios e vantagens, fazendo com que essa concorrência derrube os juros e as tarifas bancárias.
O presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vagner Freitas, tem participado do processo de negociação com os bancos e “espera que as novas condições a serem oferecidas pelo BB e a CEF possam beneficiar trabalhadores de todos os ramos e contribuir para o fortalecimento da própria CUT, mostrando mais uma vez a capacidade de iniciativa, negociação e proposição da nossa central sindical”.