(São Paulo) Preocupada em aprofundar temas de interesse da população negra – que representa 48% (89 milhões) da população do Brasil – a CUT e movimentos negros promovem no próximo sábado, dia 22, o seminário “Políticas de Ações Afirmativas e Políticas Reparatórias, Reforma Universitária e Implementação da lei 10.639/03”, que prevê o ensino da história da África no ensino público. O evento acontecerá, das 9h às 18h, no auditório da CUT.
Segundo o secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, Marcos Roberto Emílio, a importância de reconhecer os direitos dos trabalhadores negros e negras e a sua participação na sociedade em nível nacional deve-se às ações do governo Lula. “Nosso desafio neste encontro é refletir sobre os temas para que depois possamos promover espaços de diálogo com os trabalhadores”, conta.
Sobre a proposta de Reforma Universitária, que hoje tramita no Congresso Nacional, o dirigente destaca que é fundamental ampliar o financiamento público para melhorar a qualidade do ensino e adotar um formato democrático de acesso dos filhos dos trabalhadores à universidade pública.
Segundo Anatalina Lourenço da Silva, dirigente da Apeoesp e coordenadora da Comissão Estadual Contra a Discriminação Racial da CUT/SP, a aprovação da Lei 10.639, sancionada pelo presidente Lula em janeiro de 2003, que prevê o ensino da história da África para os alunos do ensino médio de todo país é um avanço, porém, é necessário investir na formação dos educadores. “Hoje, não conseguimos implementar a lei na prática porque falta criar cursos específicos para os professores”, comenta.
A sindicalista conta que em São Paulo existe alguns convênios do governo do Estado que oferecem esses cursos, no entanto, ainda são insuficientes. “Temos que pensar em um projeto maior que invista de fato na formação dos educadores. Queremos sair desse Seminário com esse compromisso”, finaliza.
Políticas afirmativas e repatórias
Segundo a Coordenação da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial da CUT, Maria Isabel da Silva (Bel), outro tema importante que o Seminário vai abordar são as políticas de ações afirmativas e reparatórias, que têm a finalidade de lutar contra o preconceito, a desigualdade, o racismo e a discriminação.
Palestrantes
Na parte da manhã, foram convidados para as exposições: Edson França da UNEGRO; Gevanilda dos Santos da Coordenação Nacional das Mulheres Negras (CONEM), e Miltom Barbosa do Movimento Negro Unificado (MNU).
À tarde, participarão o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Gustavo Petta; Neide Aparecida Fonseca do Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade Racial ( INSPIR); Benedito Cintra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), e Andréa Lisboa de Souza, do MEC (Ministério da Educação).
Confira a programação
9h – Abertura
10h – Mesa I – Exposição e Debate
Tema: Políticas de Ações Afirmativas e ações reparatórias
Expositores:
CONEM – Gevanilda dos Santos, MNU – Miltom Barbosa
UNEGRO – Edson França, INSPIR – Neide Aparecida Fonseca
14h – Mesa II – Exposição e Debate
Reforma Universitária: Lei de Cotas nas Universidades e Implantação da Lei 10639/03
Expositores:
SEPPIR – Benedito Cintra, UNE – Gustavo Petta, MEC – Andréa Lisboa de Souza
17h – Encaminhamentos
18h – Encerramento
Fonte: Viviane Barbosa – CUT-SP