A Central Única dos Trabalhadores (CUT), demais centrais sindicais e movimentos sociais preparam a Jornada Nacional Unificada de Lutas, com manifestações em diversos pontos do país, no dia 14 de agosto. Entre os temas que motivam os protestos estão a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e dos direitos dos trabalhadores; reforma agrária e urbana; o fim do fator previdenciário e a defesa da Petrobrás e das riquezas do pré-sal.
Quintino Severo, secretário-geral da CUT, explica que esta jornada, como a que aconteceu em março, tem como objetivo o enfrentamento da crise e o combate ao desemprego: “Não queremos que para superar a crise sejam atacados os orçamentos municipais, estaduais e federais. Políticas públicas e serviços essenciais não podem ser sacrificados”.
Além da CUT e outras centrais, participam da organização da Jornada a Marcha Mundial das Mulheres, o MST, a UNE, a Via Campesina e diversas outras entidades representativas dos movimentos sociais.
Não vamos pagar a conta da crise
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista mundial, os Estados Unidos da América, e atinge todas as economias. O Governo Federal, que injetou bilhões de reais na economia para salvar os bancos, as montadoras e as empresas de eletrodomésticos (linha branca), tem a obrigação de exigir a garantia de emprego.
O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultado de um sistema que entra em crise e transforma o planeta em uma imensa ciranda financeira, com regras ditadas pelo mercado.
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego prejudicam os mais pobres. É preciso cortar os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma, ampliar as políticas em habitação, saneamento, educação e saúde e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Com este espírito de unidade e luta, uma grande mobilização está prevista em todo o país.
Veja as demandas dos trabalhadores:
Não às demissões!
Pela ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT *!
Redução dos juros!
Fim do superávit primário!
Redução da jornada sem redução de salários e direitos!
Reforma agrária e urbana, já!
Fim do fator previdenciário!
Em defesa da Petrobrás e das riquezas do pré-sal!
Por saúde, educação e moradia!
Por uma legislação que proíba as demissões em massa!
Pela continuidade da valorização do salário mínimo!
Pela solidariedade internacional aos povos!
* A Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho – OIT regulamenta a negociação coletiva no serviço público, enquanto a Convenção 158 restringe a demissão imotivada dos trabalhadores.
Organizadores:
CUT, CGTB, CTB, NCST, UGT, Intersindical, Assembleia Popular, Cebrapaz, CMB, CMP, Conam, FDIM, Marcha Mundial das Mulheres, MST, MTD, MTL, MTST, OCLAE, UBES, UBM, UNE, Unegro/Conen, Via Campesina, CNTE, Círculo Palmarino, Consulta Popular
Aposentados na luta
A CUT, juntamente com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sintapi), definiu a pauta de luta para o segundo semestre. Uma das bandeiras é a exigência de reposição das perdas salariais acumuladas entre 1994 e 2002, que somam 39,67%.
Outra exigência que será apresentada ao governo federal é aumento real, neste ano, para todas as aposentadorias que superem o valor do salário mínimo. Há aproximadamente 24 milhões de aposentados e pensionistas no Brasil. Destes, 16 milhões recebem o salário mínimo e, portanto, são beneficiados pelos recentes aumentos reais. Os demais aposentados têm recebido somente a reposição da inflação.
O fim do fator previdenciário e a aprovação, pelo Congresso, do projeto de lei que estabelece a política de valorização permanente do salário mínimo até 2023 são outras duas bandeiras que compõem a pauta.
Os aposentados e pensionistas organizados vão cobrar também a retomada da Comissão de Valorização do Idoso, mesa de negociação com o governo que tem por objetivo implementar avanços em relação a transporte público, acesso a medicamentos e atendimento médico, entre outros temas, em conformidade com o Estatuto do Idoso.
O maior desafio é inverter a lógica de que quem se aposenta com mais de um salário mínimo está condenado a ver sua renda cair ano após ano.