“A solução apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) é a mesma de sempre: arrocho na produção e no emprego, mais juros para conter o crescimento. Cantando nesta toada, o Comitê de Política Monetária (Copom), reunido nesta terça e quarta-feira, sob aplauso dos economistas neoliberais demotucanos que inundam a mídia, aponta também para um possível aumento das nossas estratosféricas taxas de juros”, denunciou Quintino Severo, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Condenando a medida como mais um “ataque das forças do retrocesso”, do “execrável FMI, guardião do receituário neoliberal que nos levou à crise mundial de 2008 e 2009”, Quintino defendeu que a redução dos juros é fundamental para “a geração de empregos formais, o combate ao desemprego, a distribuição de renda e a diminuição da pobreza, que ainda estão aquém do que precisamos”.
O dirigente cutista alertou que o recente “estudo” divulgado pelo FMI para justificar o injustificável, aponta para um possível “superaquecimento” da economia brasileira, “com um risco de descontrole da inflação e do que entendem de finanças públicas”. Ao contrário, assinalou, a elevação da taxa de juros, num momento em que o Brasil precisa fortalecer o seu mercado interno, é um descaminho.
Para impedir a volta do passado do arrocho salarial, do desemprego e da entrega do patrimônio público, sublinhou o secretário-geral da CUT, as centrais sindicais estão ampliando sua unidade “pelo desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho, em contraponto ao retrocesso neoliberal dos anos FHC”.