(São Paulo) A comemoração dos 24 anos da Central Única dos Trabalhadores reuniu em São Paulo, na sede nacional da entidade na noite de seu aniversário, terça-feira, 28 de agosto, cerca de 250 pessoas, entre lideranças das categorias profissionais (entre eles os bancários), dos movimentos sociais e representações internacionais.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Contraf-CUT, Vagner Freitas, lembrou a coincidência de o aniversário da CUT ser comemorado no Dia dos Bancários e que a categoria foi uma das fundadoras da Central. “Estamos na CUT desde o princípio, com as mesmas propostas e os mesmos ideais, de melhoria da qualidade de vida da maior parte da população. E é bom constatar depois de todo esse tempo que mais de 90% das entidades de bancários são filiados à Central, com a construção de um sindicalismo autônomo e de combate pelos direitos da classe trabalhadora”, afirmou.
O secretário geral da CUT, Quintino Severo, destacou a importância do lançamento, na oportunidade, do livro “Nasce a CUT – Embates na formação de uma central classista, independente e de luta”, do pesquisador e historiador Antonio José Marques, coordenador do Centro de Documentação e Memória Sindical (Cedoc). Para Quintino, a obra contribuirá para que as novas gerações de lutadores sociais conheçam como foi forjada a mais importante sindical brasileira.
O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, abriu sua intervenção entregando um exemplar do livro ao vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira, uma das lideranças dos movimentos sociais presentes. “O companheiro Bira naquela época participou ativamente dos debates da construção da nossa Central”, lembrou. Ele citou a presença dos dirigentes internacionais, como o ex-dirigente cutista Rafael Freire, atualmente na ORIT, e do cineasta Renato Tapajós “com quem vamos fazer um resgate da história da luta da classe trabalhadora, que é fundamental para o Brasil e para o mundo todo”.
Princípios
O compromisso de resgatar princípios da Central foi assumido no 9º Concut, ressaltou Artur, e tem se traduzido em “organização, mobilização, negociação e conquista”. “Falo aqui da nossa satisfação por ter realizado uma série de atos e manifestações contra a Emenda 3 e em defesa de uma pauta concreta de reivindicações, que colocou mais de 20 mil em Brasília, mostrando visibilidade e capacidade de pressão e articulação junto ao Executivo, Legislativo e Judiciário. Infelizmente, a imprensa não deu uma linha sequer, enquanto abriu páginas para os poucos cansados que foram até a Praça da Sé. Nós não temos tempo de ficar cansados. Somos incansáveis contra a discriminação racial, contra o trabalho escravo e infantil”, acrescentou.
Para Artur, além do 15 de agosto em Brasília, as recentes vitórias cutistas como a Marcha das Margaridas, na capital federal, e a manifestação da Apeoesp em São Paulo em defesa da educação, “dão mais energia para esquentarmos os tambores e colocarmos 100 mil na marcha a Brasília no final do ano”.