Principal ato será no Vale do Anhangabaú, em São Paulo
A CUT, outras centrais sindicais e movimentos sociais da cidade e do campo estão organizando em todo o país nesta sexta-feira, Dia do Trabalhador, um 1º de Maio de luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da democracia, da Petrobras e da reforma política. A Contraf-CUT orienta as federações e sindicatos filiados a se engajarem na organização e na convocação para a participação massiva dos bancários nas manifestações no Brasil todo.
“Os trabalhadores estão sofrendo o maior ataque a seus direitos desde a criação da CLT, na década de 1930, com o avanço do PL 4330 da terceirização no Congresso Nacional, onde os parlamentares financiados pelas grandes empresas privadas estão pagando suas dívidas de campanha aprovando as pautas defendidas pelo patronato, entre elas a terceirização desenfreada”, afirma Roberto von der Osten, o Betão, presidente da Contraf-CUT.
“Além disso, setores conservadores e entreguistas da sociedade, aproveitando-se das investigações sobre desvios de recursos na Petrobrás, fazem campanha aberta pela privatização da maior empresa pública brasileira e por um golpe contra a democracia, por intermédio de um pedido de impeachment da presidenta da República legitimamente eleita pelo povo brasileiro”, acrescenta Betão.
“Nós trabalhadores temos que resistir a esses ataques. Por isso mais do que nunca esse será um 1º de Maio de luta, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da democracia, da Petrobras e da reforma política que ponha fim ao financiamento privado das campanhas eleitorais”, conclui o presidente da Contraf-CUT.
Denunciar os traidores dos trabalhadores
A Contraf-CUT também orienta as federações e sindicatos a intensificarem a campanha pela rejeição do PL 4330 e de denúncia dos parlamentares que aprovaram no plenário da Câmara dos Deputados o texto-base e os destaques do projeto de lei que legaliza a terceirização até das atividades-fim das empresas.
No dia 8 de abril, 324 deputados federais aprovaram no plenário da Câmara o texto-base do PL 4330, contra 137 votos (187 votos de diferença). Já na votação dos destaques, no dia 22 de abril, o projeto patronal da terceirização teve 230 votos a favor e 203 contrários, mesmo com manobra regimental do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Revertemos 97 votos em duas semanas, graças às campanhas de rua que os trabalhadores fizeram em todo o país, com atos, faixas, cartazes, panfletos e outdoor denunciando em suas bases os parlamentares que votaram contra os direitos dos trabalhadores”, diz Roberto von der Osten. “Precisamos intensificar essa campanha e levá-la aos atos do 1º de Maio.”
O PL 4330 segue agora para o Senado. A CUT e outras centrais sindicais reúnem-se nesta terça-feira 28 com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para debater o projeto de lei. Leia mais aqui. (http://contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=41875)
Ato em São Paulo será no Anhangabaú
Além da CUT, da CTB e da Intersindical, cerca de 30 organizações dos movimentos sociais e estudantil participam da organização do ato de 1º de Maio em São Paulo, que será a partir das 10h, no Vale do Anhangabaú, e terá ato ecumênico, ato político-cultural e programação de shows.
Entre os movimentos, estão Central dos Movimentos Populares (CMP), Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Marcha Mundial de Mulheres, Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e União Nacional dos Estudantes (UNE).
As entidades assinaram conjuntamente o texto abaixo alusivo ao Dia do Trabalhador:
Em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora,
da Democracia, da Petrobrás e da Reforma Política
O 1º de Maio é um dia de luta por ampliação de direitos da classe trabalhadora e de reflexão sobre os direitos conquistados por trabalhador/as de todo o mundo. A história que se tem registro começa em 1886, quando trabalhadores de Chicago (EUA) fizeram uma greve geral para reivindicar redução da jornada de trabalho de até mais de 16 horas diárias para 8 horas. A polícia entrou em confronto. Dezenas de manifestantes foram feridos e alguns mortos. Anos depois, vários países reconheceram a data como feriado, entre eles, o Brasil, a partir de 1925.
Em 2015, neste Dia 1º de Maio, nós trabalhadores/as estamos nas ruas, reivindicando respeito aos direitos duramente conquistados e por sua ampliação.
Em defesa dos direitos, contra o ajuste fiscal
Continuaremos a pressão contra a aprovação do PL 4330, que retira direitos de todos/as os/as trabalhadores/as ao permitir a terceirização sem limites, em todas as funções de qualquer empresa e setor. Também continuaremos mobilizados contra a Medida Provisória (MP) 664, que muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte, e contra a MP 665, que dificulta o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Somos contra a política de ajuste fiscal que penaliza o/a trabalhador/a, que gera desemprego e recessão. Defendemos a taxação das grandes fortunas, como primeiro passo para uma reforma tributária em nosso País.
Em defesa da democracia, contra a intolerância
Nossa luta também é pela manutenção do estado democrático de direito, contra a onda golpista em curso, que, caso vitoriosa, trará retrocessos para a classe trabalhadora, para a juventude, para as mulheres. Nossa luta é contra o preconceito de gênero, raça e etnia, crença, orientação sexual, ideologia política e outras opressões.
Corrupção se combate com o fim do
financiamento empresarial de campanha
Corrupção se resolve com reforma política, com a proibição do financiamento empresarial de campanha e não com golpe de Estado. Enquanto essa forma de financiamento não for proibida, o sistema político brasileiro continuará a seguir os interesses das empresas que financiam as campanhas, e não aos interesses do povo brasileiro.
Em defesa da Petrobras e do
pré-sal, patrimônios do povo
A Petrobras é do povo brasileiro e não dos patrões! Os ataques à empresa por parte do empresariado e seus representantes, contam com o apoio da grande imprensa e tem o objetivo de enfraquecer esse patrimônio brasileiro para que possam privatizá-lo e, assim, os recursos do Pré-Sal, que deveriam ser destinados à saúde e educação, iriam para a iniciativa privada, aumentando ainda mais os lucros dos patrões.
Direito não se reduz, se amplia!
Por reforma agrária, urbana, tributária e política
Entidades que assinam o documento
Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”
CMP – Central dos Movimentos Populares
CONAM – Confederação Nacional de Associações de Moradores
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
Consulta Popular
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhadores
FDE – Fora do Eixo/Mídia Ninja
FETRAF – Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
FLM – Frente de Luta por Moradia
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Intersindical CCP
Juventude Revolução
Levante Popular da Juventude
MAB – Movimento dos Atingidos Por Barragens
MMM – Marcha Mundial das Mulheres
MPA – Movimento Pequenos Agricultores
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
MTST -Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
Plataforma Operaria Camponesa da Energia
Plebiscito Constituinte
UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
UBM – União Brasileira de Mulheres
UNE – União Nacional Dos Estudantes
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade
UNMP – União Nacional por Moradia Popular