CUT: alta do sal rio m¡nimo tem efeito positivo na Previdˆncia

(São Paulo) A elevação do salário mínimo terá efeito positivo na arrecadação para a Previdência, disse o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quinta-feira, dia 16 (clique aqui para ouvir). “Existe evidentemente o impacto na Previdência, do ponto de vista do pagamento, mas tem também o impacto positivo na medida em que você aumenta a renda, aumenta o consumo, aumenta a produção. Isso gera desenvolvimento e crescimento econômico”, explicou Artur Henrique.

 

A CUT e as principais centrais sindicais do Brasil organizam uma marcha em Brasília no dia 6 de dezembro para pedir um aumento do salário mínimo de R$ 350 para R$ 420. A previsão orçamentária do governo, no entanto, permite um aumento para R$ 375.

 

Para Artur Henrique, “é possível e bem provável” que os dissídios sejam maiores do que a inflação também em 2007. “Apesar de os sindicatos terem conseguido aumentos efetivos, aumentos reais acima da inflação, são valores que nós queremos ampliar em 2007, através dessas novas formas de participação”, concluiu.

 

Artur Henrique explicou que há duas campanhas conjuntas. A primeira é a campanha salarial unificada. A segunda é que cada sindicato faz sua campanha em sua respectiva data-base. A campanha pelo aumento do salário mínimo envolve o conjunto da classe trabalhadora, envolve os interesses de grande parcela da sociedade.

 

Por isso, há a proposta da CUT de unificar a campanha com outras centrais sindicais e passar a estabelecer uma negociação com o governo federal e o Congresso Nacional, em busca de aumentar o salário mínimo ao longo do tempo.

 

“A CUT defende uma política de aumento real permanente do salário mínimo. Isso ajuda na distribuição de renda, no desenvolvimento econômico”.

 

Artur Henrique considera que não será levada adiante pelo governo a proposta de desvincular os proventos da aposentadoria da alta do salário mínimo. “Essa proposta seria insustentável para a maioria dos aposentados que ganham até um salário mínimo, aproximadamente 11 milhões de brasileiros. É possível estabelecer uma gestão na previdência, que passa pela cobrança de empresas que não pagam a Previdência. Essas empresas têm em torno de R$ 100 bilhões de dívida com o INSS”.

 

Artur Henrique lembrou ainda do grande número de empresas que estão na informalidade, assim como seus funcionários, ou seja, eles não contribuem para a Previdência. Isso, prioritariamente, precisa ser resolvido.

 

“É preciso também reduzir a carga tributária e o impacto na folha de pagamento para que as empresas possam ter incentivos para se formalizar. Com a formalização, haverá maior repasse para a Previdência”.

 

Artur Henrique quer discutir com as empresas a participação nos lucros e nos resultados.

 

Fonte: Conversa Afiada

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