A mobilização dos funcionários do BNDES começa a dar certo e a dobrar a intransigência do banco e do governo, seu único acionista. Em reunião nesta segunda-feira (7) com a Comissão de Negociação, da qual fazem parte o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e as associações, o presidente da empresa, Luciano Coutinho, e outros membros da diretoria sinalizaram que está sendo articulada entre o governo e o BNDES uma proposta às reivindicações da campanha salarial.
Até então, seis rodadas foram realizadas sem que tivesse sido apresentada qualquer resposta à minuta da campanha encaminhada pelo funcionalismo em agosto, e, mais grave, a negociação prevista para 18 de outubro foi suspensa sem qualquer explicação. Em resposta, os funcionários do banco ampliaram as mobilizações, participando de protesto no saguão do BNDES, entrando em estado de greve e em assembleia permanente a partir do dia 31 último.
Greve
O Sindicato vai propor uma nova rodada de negociação para sexta-feira, aguardando que nela seja apresentada uma resposta à altura das expectativas dos trabalhadores. Caso isto não aconteça será necessário radicalizar a mobilização.
Neste sentido, está marcada uma nova assembleia, desta vez para a quarta-feira da semana que vem, para avaliar a postura do governo e do BNDES, e, a partir daí, decidir o rumo que a campanha deverá tomar.
Para o diretor do Sindicato, Carlos de Souza, a greve é uma possibilidade que não está afastada. “É importante que o funcionalismo se mantenha alerta, e que o governo avance na negociação e apresente uma proposta séria. Caso contrário os trabalhadores darão uma resposta à altura”, advertiu.
Entre os principais itens da pauta de reivindicações estão o reajuste de 12,8%, valorização do piso e abono de 1,5 salário. Este último é pago há 13 anos, mas, agora, o BNDES quer suspendê-lo.
