Trabalhadores chamaram atenção para o Dia da Consciência Negra
A luta dos bancários contra o racismo ecoou pelas ruas do centro de São Paulo nesta quinta-feira 17, com um cortejo pelo Dia da Consciência Negra celebrado no domingo 20. Ao som dos atabaques da escola de samba Tom Maior, comandados pelo cantor René Sobral, a categoria chamou atenção da população, que parava para prestigiar o evento.
O ato começou em frente à sede do Sindicato, no Edifício Martinelli, com uma oração. Depois, o cortejo seguiu pelas ruas do centro até a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu, onde foi recebido pelo padre Jean Nascimento, que ressaltou as obras sociais mantidas pela instituição e a história da igreja.
No percurso foram lembradas personalidades como Oxum (Orixá que rege o ano de 2011 e representa a riqueza, a fartura e as águas dos rios), a sambista Dona Ivone Lara, que aos 90 anos de idade será tema do enredo da Escola de Samba Império Serrano, e Luiza Mahin, uma das líderes da Revolta dos Malês, contra a escravidão e a intolerância religiosa há mais de 170 anos.
A secretária-geral do Sindicato Raquel Kacelnikas saudou o dirigente sindical bancário Juarez Aparecido da Silva, falecido em abril. “Esse cortejo, que chegou à sua 11ª edição este ano, foi um pedido do nosso companheiro do Sindicato, Juarez. Hoje temos outras pessoas dentro da nossa entidade que lideram essa luta”, relatou.
O diretor do Sindicato e coordenador do coletivo racial Júlio César Silva Santos vê no cortejo um ato primordial para dialogar com a categoria sobre a questão racial no mercado do trabalho. “Essa atividade reforça a nossa luta pela igualdade nas instituições financeiras. O preconceito dentro dos bancos é institucionalizado, basta analisar o mapa da diversidade divulgado pela Fenaban”, disse Júlio César.