Cortejo fúnebre marca dia de luta dos trabalhadores do Santander em Pernambuco

Dando continuidade à Jornada Nacional de Lutas, os bancários do Santander promoveram, na última quarta, dia 20, mais uma série de manifestações por todo o país. O objetivo dos protestos é cobrar da direção do banco a retomada do canal de negociação. A última reunião aconteceu no final do ano passado e o Santander insiste em não apresentar uma nova e mais justa proposta de PPR.

Em Pernambuco, devido as fortes chuvas que caíram na capital do Estado na quarta, 20, a manifestação foi realiza no dia seguinte. Mais uma vez a irreverência foi a marca registrada dos protestos. Depois do sucesso do “Bloco Bancário Carnavalesco Santander Cadê meu Bônus?”, os bancários pernambucanos realizaram um cortejo fúnebre nas agências Prazeres, Piedade e Ceasa.

Vestidos de luto, carregando um caixão de defunto e uma lápide com os dizeres “Aqui jazem as negociações do Santander”, os dirigentes sindicais entravam nas agências e realizavam a manifestação (Veja o vídeo ).

Ao som da marcha fúnebre tocada por um trombone de piston, o inusitado protesto arrancou risos e manifestações de apoio de trabalhadores, clientes e usuários e irritou a área de operações regionais. Ao ponto de tentarem, através de São Paulo, interromper o ato no interior da agência. Os trabalhadores, no entanto, prosseguiram com a atividade.

Para a diretora do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e funcionária do Santander, Tereza Souza, essa atitude do banco demonstra que os trabalhadores estão trilhando o caminho certo e que o banco já começa a se sentir incomodado. “Começamos de forma mais light mas parece que o Santander não quer perceber que o nossa tolerância esta diminuído. Se eles estão apostando que irão nos vencer no cansaço, acho melhor mudarem a estratégia porque podemos ir muito mais longe do que eles imaginam”, alerta Tereza.

Desde dezembro do ano passado que os bancários do Santander tentam reabrir as negociações com o banco. No dia 4 desse mês, os trabalhadores enviaram carta ao responsável pelas relações sindicais do banco, Jeronimo dos Anjos, solicitando a prorrogação do acordo aditivo 2008/2009 dos trabalhadores do Grupo Santander Brasil. A carta também pede o agendamento de nova rodada de negociação sobre o aditivo.

Ainda sem resposta para esta correspondência, a Contraf-CUT enviou nesta quinta-feira, 21, novo documento, em conjunto com sindicatos, federações e Afubesp, ao Santander Brasil.

As entidades reiteram a reivindicação de prorrogação do Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2008/2009, vencido no dia 31 de dezembro, e a solicitação de nova rodada para retomar o processo negocial, visando a renovação do aditivo e o Acordo de Programa de Participação nos Resultados (PPR) do exercício de 2009.

“O discurso de responsabilidade social da direção da empresa contraria a prática, se consideramos que até a presente data não obtivemos resposta à nossa correspondência do dia 4 de janeiro”, diz a carta.

“Acreditando que o diálogo responsável e permanente com o movimento sindical deva fazer parte da política da empresa, aguardamos retorno urgente às nossas reivindicações”, conclui o documento.

Bandepe

O Sindicato de Pernambuco também enviou correspondência à superintendência de relações sindicais do Santader.

No documento, o Sindicato rebate a afirmação do banco que o benefício concedido aos funcionários com 25 anos de casa, não pode repercutir aos funcionários do extinto Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco S/A) incorporado pelo ABN Amro Bank em 1998 e hoje integrante do Grupo Santander, por terem sido indenizados durante o processo de incorporação.

Os dirigentes pernambucanos esclarecem que a indenização recebida pelos Bandepeanos diz respeito à licença prêmio a qual faziam jus na época.

A carta conclui solicitando a extensão do benefício proporcionado aos funcionários do Grupo Santander, aos funcionários oriundos do Bandepe que esteja em atividade ou em benefício. O que o Santander está fazendo com esse tipo de atitude é segregar os funcionários do mesmo grupo. Eles estão querendo vender uma idéia que não condiz com a realidade.

“O benefício pago aos demais funcionário do Grupo, em momento algum faz referência a licença prêmio. E o que foi indenizado aos oriundos do Bandepe foi isso. Logo, todos devem receber o benefício”, explica João Rufino, secretário de saúde do Sindicato.

* Clique aqui e assista o vídeo da atividade anterior

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