Rudimar Espilma fechou as portas da sua lotérica no Centro de Pelotas, no dia 28 de janeiro. O motivo: medo da criminalidade. Já foram seis assaltos. Quatro deles ocorreran no posto bancário, correspondente do Banrisul, na rua Padre Anchieta quase esquina com a rua Sete de Setembro e dois no transporte do malote para a agência.
A decisão definitiva ocorreu após o último assalto na manhã do dia 28, quando a funcionária levava R$ 30 mil para o banco na rua Quinze de Novembro. A vítima caminhava com o dinheiro quando foi interceptada por dois homens às 11h15min. Um dos ladrões a ameaçou com revólver, roubou sua bolsa e fugiu com o dinheiro.
Agora Espilma mudará de ramo. “Ainda não sei qual”. Para ele, encerrar as atividades é mostrar que os ladrões venceram. “Seremos mais quatro desempregados”, lamentou.
Espilma segue o mesmo caminho do comerciante, e seu amigo, Osmar Behnck, que fechou as portas do seu posto bancário depois de ser assaltado 13 vezes no bairro Obelisco. Behnck encerrou as atividades e promoveu um protesto junto com a população, também revoltada, no dia 20.
Os ataques a correspondentes bancários se tornaram uma alternativa para quadrilhas que atuam no RS, devido à falta de segurança nestes estabelecimentos.
“Enquanto lutamos junto aos bancos pela melhoria das instalações de postos de atendimento e agências, visando a redução dos ataques, acompanhamos a disseminação da prestação de serviços bancários através dos correspondentes, sem a menor estrutura de segurança”, observa a diretora do Sindicato dos Bancários de Pelotas, Rosangi Kegles.