Correntistas e devedores do Real questionam cobranças do Santander

ANDRÉ LOBATO
FOLHA DE S.PAULO

Correntistas do Real afirmam que suas contas foram esvaziadas sem aviso prévio para quitar dívidas feitas antes da compra do banco pelo Santander, em 2007.

Segundo o Santander, as bases de dados de correntistas e de devedores do Real foram unificadas em fevereiro.

Há cobranças relativas a dívidas de mais de dez anos.

Marcelo Malanga, responsável pela área de cobranças do Banco Santander, reconhece as cobranças, diz que a política é retirar 15% do rendimento do mês anterior, afirma que poderia sacar até 30% e que tentou avisar a todos os correntistas.

A resolução 3.695 do Conselho Monetário Nacional proíbe débitos sem autorização. O Santander enviou cópias de contratos com uma cláusula que autoriza o débito “até quando os fundos comportarem”. Ou seja, o contrato é a autorização prévia que permite ao banco zerar a conta de alguém.

Marcelo Segredo, da Associação Brasileira do Consumidor, diz reunir 342 casos parecidos e que a cláusula não possui valor jurídico.

Reunidos em fóruns virtuais, os correntistas narram histórias de falta de recursos para comprar comida, pagar pensão alimentícia e relatam coação para negociar a dívida. Malanga diz que os casos de coação são contrários à política do banco.

Matheus Henrique dos Santos Ferreira, 23, afirma que descobriu que os R$ 551 restantes de sua conta foram sacados após ter negada compra de R$ 3,60.

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