Após enviar dois ofícios ao Banco da Amazônia em busca de uma reunião para discutir assuntos urgentes para a categoria, o Sindicato dos Bancários do Pará, junto com a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), conseguiram uma telereunião com o Banco na terça-feira (7), para cobrar respostas para diversas demandas dos empregados e empregadas da instituição.
Na ocasião, os trabalhadores foram representados pelo presidente do Sindicato dos Bancários, Gilmar Santos, que integra o Comando Nacional dos Bancários; pela dirigente do sindicato e empregada do banco, Suzana Gaia; e pelo também empregado do banco e dirigente da Fetec-CUT/CN, Sérgio Trindade; além do assessor jurídico do sindicato, Fernando Galiza.
“Além de pontuarmos as demandas da categoria e cobrarmos respostas, nós reforçamos a importância de o Banco da Amazônia manter um diálogo permanente com as entidades sindicais, principalmente nesse momento tão delicado de pandemia do coronavírus”, destacou o dirigente sindical Sérgio Trindade.
Resumo da telereunião
Coronavírus
As entidades sindicais questionaram o Banco da Amazônia sobre os procedimentos de segurança sanitária impostos aos bancos pelo decreto estadual 609/2020, assinado no dia 6 de abril pelo governador do Pará, que estabelece medidas mais rígidas de prevenção ao coronavírus nas agências bancárias do estado.
O banco informou que já providenciou a confecção de máscaras de tecido para os empregados e que estes equipamentos devem ser distribuídos em até 15 dias. Disse também que todas as agências já possuem orçamento para aquisição de álcool em gel ou líquido para higienização e que está em processo de cotação de preços para aquisição das sapatilhas descartáveis, para que as pessoas entrem nas agências com maior proteção.
Férias compulsórias
O sindicato cobrou resposta para as denuncias apresentadas por diversos empregados de que gestores do Banco da Amazônia estão entrando em contato com colegas que estão realizando teletrabalho e pressionando-os para antecipar suas férias. Situação que contradiz a posição do banco na última telereunião do dia 25 de março, sobre não aplicar a Medida Provisória 927/2020, que versa sobre alterações nos contratos de trabalho.
O banco informou que trabalha com a antecipação de férias dos empregados, mas negou que há uma imposição para isso. Entretanto, disse que, a depender do processo da crise da pandemia, poderá utilizar as prerrogativas legais para aplicar férias compulsórias, caso não haja a aceitação no diálogo com os empregados.
As entidades manifestaram-se preocupadas com a possibilidade de tensionamento em não havendo um diálogo permanente com as entidades nas questões que afetam as condições de trabalho e os direitos dos trabalhadores, que ao tempo que se vive, torna-se necessário ouvir as entidades em cada passo, para que se busque uma mediação e o equilíbrio na condução das partes diante dessa pandemia do coronavírus.
Chesal
Sobre o pedido das entidades sindicais de prorrogação do vencimento das parcelas do Cheque Salário (Chesal), o Banco da Amazônia garantiu que nenhum empregado está sofrendo qualquer redução de salário ou benefício, e que, por hora, decidiu por não prorrogar o vencimento para os tomadores de empréstimo do Chesal, nesse momento. O banco também argumentou que adiantou para 18 de abril o pagamento integral da PLR 2019 que estava prevista de ser creditada em maio e, que por essas condições, avaliaria posteriormente o pedido das entidades, conforme a situação da pandemia do coronavírus.
Desligamentos e contratações
O Banco da Amazônia disse que reabrirá o Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI) no próximo dia 16 de abril, com as mesmas condições do Plano anterior, para desligamentos a partir de maio, dos 100 primeiros inscritos.
Por outro lado, e questionado a respeito, o negou qualquer estudo para implantação de plano de demissão compulsória. Mas, informou que está em curso um Programa de Desligamento Amigável, o qual deverá ser acompanhado pelas entidades sindicais.
Sobre novas contratações, o Banco da Amazônia informou que analisa juridicamente a possibilidade de pré-admissão imediata dos aprovados no último concurso público, mas com início dos trabalhos em agosto, tendo em vista que o certame encerra sua validade no dia 02/07/2020, sem possibilidade de nova prorrogação.
Fonte: Bancários PA