(Brasília) O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entende que as perspectivas sobre o controle da inflação são boas e que o processo de redução da taxa básica de juros (Selic) deve ser mantido.
Só que, a partir de agora, a diminuição dos juros ocorrerá em ritmo menor do que vinha acontecendo, com quedas de meio ponto percentual. O indicativo já se manifestou na semana passada, quando a Selic 0,25 ponto perecentual: de 13,25% para 13% ao ano.
A previsão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é que a taxa encerre 2007 em 12,2% ao ano, chegando em 2010 a 10,1% ao ano. A projeção do PAC tem por base o Boletim Focus, uma pesquisa do Banco Central com analistas do setor privado.
No lançamento do plano, em 22 de janeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, enfatizou que a projeção era conservadora e que o governo trabalha com índices menores para o período.
Segundo a ata da reunião do Copom, divulgada nesta quinta-feira, dia 1º, pelo Banco Central (BC), o ambiente favorável à redução dos juros na reunião da semana passada foi reforçado nas últimas semanas pela queda expressiva nos preços do petróleo.
Portanto, o principal desafio da política monetária é “garantir a consolidação” dos ganhos conseguidos até aqui. E, exatamente por isso, o colegiado de diretores do BC reafirma o uso de “maior parcimônia” nas decisões futuras.
O documento diz que “a manutenção de taxas de inflação consistentes” e a “consolidação de um cenário de estabilidade macroeconômica duradoura” criam condições para a continuidade do processo de redução progressiva dos juros reais no futuro. Mas, a exemplo de atas anteriores, fala em “parcimônia” no ritmo da flexibilização.
O Copom ressalta que “há defasagens importantes entre a implementação da política monetária e seus efeitos sobre o nível de atividade e inflação”. Em outras palavras, uma "parte importante" do efeitos dos cortes de juros iniciados em setembro de 2005 ainda não se refletiu no nível de atividade econômica.
Os dirigentes do BC avaliaram a possibilidade de manter a “calibragem” de 0,5 ponto percentual na redução da taxa Selic, mas cinco dos oito votos optaram pelo corte de 0,25 ponto percentual, em virtude das “incertezas que cercam os mecanismos de transmissão da política monetária” e da menor distância entre a taxa básica de juros e as taxas que devem vigorar no mercado.
Eles entendem que “a preservação das importantes conquistas obtidas no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração de empregos e aumento da renda real, demanda que a política monetária seja conduzida com parcimônia”. Ponderação ainda mais relevante, por causa dos sinais de demanda aquecida, com pressões sobre a inflação de curto prazo em alimentos, educação e transporte urbano, principalmente.
Fonte: Agência Brasil