A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram nesta sexta-feira, dia 10, o Fórum de Saúde e Condições de Trabalho do Santander e entregaram uma pauta de reivindicações. Trata-se de um espaço de debates com o banco espanhol, conforme estabelece a cláusula 26ª do Acordo Coletivo de Trabalho 2009/2011, que é aditivo à convenção coletiva dos bancários.
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“Não queremos ver o Fórum de Saúde somente como peça de marketing do banco, como aparece no relatório de Indicadores de Sustentabilidade do Santander de 2010, mas pretendemos que seja valorizado na prática, construindo soluções para melhorar as condições de saúde e trabalho dos funcionários”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Consta na página 27 do relatório do banco que “o Comitê de Relações Trabalhistas e o Fórum de Saúde exercem papel fundamental, uma vez que as entidades sindicais pontuam questões das mais diversas, o que contribui para melhorias de ações internas”.
Fim das metas abusivas
A pauta é formada por 13 pontos e começa pelo fim das metas abusivas. “Muitos funcionários sofrem e adoecem hoje no trabalho por causa da cobrança de metas excessivas e da prática de assédio moral”, denuncia o diretor da Contraf-CUT.
A reivindicação é garantir a participação de todos os trabalhadores na estipulação de metas e respectivos mecanismos de aferição, estabelecendo-se que as mesmas serão obrigatoriamente de caráter coletivo e definidas por departamentos e agências.
Para os bancários, deve ficar vedado qualquer tipo de comparação entre os resultados obtidos, seja por agência, região ou ranking, bem como deve ser vedada a individualização das metas durante sua gestão. Além disso, os empregados das áreas operacionais das agências não devem ser submetidos ao cumprimento de metas definidas pela superintendência comercial ou pela diretoria de varejo.
Políticas de prevenção e dignidade aos afastados
“Várias demandas dos trabalhadores do Santander envolvem o acesso às políticas e projetos de saúde e condições de trabalho e às informações de funcionários afastados ou adoecidos”, salienta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Vera Marchioni. Os bancários também querem discutir o programa de reabilitação.
Há pedidos de esclarecimentos sobre as medidas tomadas pelo banco em relação a funcionários considerados inaptos no exame de retorno ao trabalho, bem como sobre os casos de funcionários com atestados médicos (ou com histórico recente de tratamento) após exame periódico.
“Queremos políticas de prevenção para evitar o adoecimento de trabalhadores, bem como dignidade para todos os afastados por causa de doenças ocupacionais”, destaca o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Marcelo Gonçalves.
Ajuda Social Extraordinária
Outra reivindicação é a apresentação do funcionamento, critérios e políticas do programa de ajuda social extraordinária, oriundo do Banco Real. Foi solicitado o acesso à receita e aos pedidos de reembolsos aprovados e negados.
O objetivo é conhecer melhor esse programa, a fim de que possa ser mais utilizado pelos funcionários. “Tivemos auxílio para ajudar as vítimas da tragédia na região serrana do Rio”, lembra o diretor da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Paulo Garcez.
Assistência às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões
“Na pauta tem ainda reivindicações de atendimento médico e psicológico aos empregados, bem como às suas famílias em caso de ameaça ou consumação de assaltos, sequestros ou outros delitos”, acentua o diretor do Sindicato dos Bancários do Litoral Norte, Bino Köhler.
Os trabalhadores reivindicam que o banco deve emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) a todos os empregados que estiveram no local do assalto, consumado ou não, bem como aos vitimados por sequestro ou extorsão, ainda que não consumado.
Outra demanda é que, após a ocorrência, o estabelecimento deve permanecer fechado, até que seja procedida avaliação técnica pelas áreas de segurança e saúde do banco, com a participação do sindicato local.
Encaminhamentos
Ficou definido que todas as demandas apresentadas serão debatidas em reuniões mensais no lugar das trimestrais previstas no acordo coletivo, para que os assuntos pautados sejam discutidos mais rápida e profundamente, voltando, após a discussão da pauta, a periodicidade trimestral das reuniões.
A próxima reunião foi agendada para próximo dia 5 de julho, às 14h, quando serão discutidos os itens 3, 4, 5, 8, 9, 10 e 11 da pauta de reivindicações.
Os bancários ainda protestaram contra o período de apenas uma hora que estava previsto a reunião desta sexta-feira. “Cobramos que as próximas reuniões sejam agendadas com prazo de duração mais longo, pois uma hora é totalmente insuficiente para discutir e aprofundar os temas pautados e buscar soluções e resultados concretos para os trabalhadores”, conclui Ademir.
Além de dirigentes sindicais, participaram cipeiros eleitos, pelo lado dos trabalhadores. Compareceram representantes da área de RH/relações sindicais, da engenharia e de técnicos do trabalho (Sesmt), pelo lado do banco.