Ocorreu nos dias 24 e 25 de abril a IX Reunião do Comitê Regional da Uni Américas, realizado no Panamá. Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT e da Uni Américas Finanças, participou do evento. Participaram ainda, como observadoras, Deise Recoaro, secretária de Formação da confederação, Neide Fonseca , diretora da Contraf, Rita Berlofa e Neiva Ribeiro, diretoras do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
A reunião visou organizar os discursos e ações dos sindicatos filiados à Uni em todo o continente. A Contraf-CUT levou para o debate o tema das fusões e aquisições entre empresas, principalmente o caso da compra do ABN Amro pelo consórcio formado por Santander, Fortis e RBS. “É um tema importante em todo o mundo, e com especial relevância para os bancários brasileiros, que serão muito atingidos por essa e outras fusões que têm ocorrido no país”, avalia Vagner. “Precisamos defender em nível global a adoção de cláusulas nessas fusões que protejam o emprego e as condições dos trabalhadores de todo o mundo”, sustenta.
O presidente da Contraf manifestou ainda o protesto da entidade pela realização de uma reunião sobre o tema em Amsterdã na mesma data da reunião da executiva da Uni Américas. “Protestamos contra a falta de articulação das datas de dois encontros importantes e propusemos que se faça um debate sobre as datas dos próximos eventos”, afirma Vagner. Segundo o secretário-geral da Uni, Philip Jennings, a coincidência das datas se deu por conta da necessidade de conciliar a agenda com os representantes dos bancos no encontro de Amsterdã. “A Contraf compareceu a encontros em Londres e Edimburgo sobre o tema, mas não foi a esse em protesto contra essa falta de articulação”, sustenta Vagner.
Fundos sem rosto
Outro tema debatido foi a ação dos grandes fundos de investimentos na região. Esses chamados “fundos sem rosto” têm comprado diversas empresas em toda a América e adotado práticas anti-sindicais e de perseguição à organização dos trabalhadores. “Precisamos encontrar uma forma de estabelecer diálogo com esses fundos”, avalia Vagner Freitas. “Nesse sentido, a UNI está procurando, por meio de seu secretário-geral, Philip Jennings, uma entidade ou associação que represente estas instituições para marcar uma reunião conjunta com os demais sindicatos globais”, esclarece.
O Comitê Executivo decidiu também aderir à “Campanha pela defesa da liberdade sindical e da negociação coletiva nas Américas”, lançada no dia 28 de março no Congresso de fundação da Central Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA). A Uni Américas irá orientar seus sindicatos filiados a participarem da campanha.
Colômbia
A Uni manifestou sua solidariedade com o povo colombiano pelos assassinatos de lideranças sindicais e sociais no país, especialmente a morte de Leonidas Gómez Rozo, dirigente da União Nacional de Empregados Bancários da Colômbia (UNEB), assassinado brutalmente em Bogotá, e as ameaças de morte contra a dirigente da mesma organização Janet Bonilla. “Outros companheiros ainda estão sendo ameaçados, numa situação absurda. Nós da Contraf estamos absolutamente engajados nessa luta pela segurança dos trabalhadores colombianos”, sustenta Vagner.
Foi feita ainda a apresentação das ações da missão da Uni enviada à Colômbia. Os sindicalistas fizeram gestões junto ao governo do país cobrando justiça no caso de Leonidas e segurança para a atividade sindical. A apresentação foi feita por Márcio Monzane, diretor regional do setor de Finanças da Uni, Leonor Sierra, coordenadora do Conselho de Enlace Colômbia, e Saul Pena, presidente do Sindicato Nacional de Trabalhadores do Instituto de Seguridade Social da Colômbia.