Contraf-CUT sedia planejamento da UNI Américas

A UNI Américas, representação regional da UNI Global Union – que se organiza em quatro regiões continentais: UNI Américas, UNI EUROPA, UNI Ásia pacifico e UNI África – realizou no Auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, nesta sexta-feira (15), a sua reunião anual de planejamento de atividades. Trouxe de Montevidéu, Uruguai, todo o seu staff de diretores de setores e assessores para, após conversar com cada um dos seus afiliados brasileiros, ter uma linha geral de atuação, considerando o difícil momento de ataques que vive o sindicalismo no Brasil.

Para Roberto von der Osten, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, ficou claro que o movimento sindical brasileiro tem que aproveitar a crise para fazer dela uma oportunidade de se remodelar, modernizar, reequipar ideologicamente e buscar novas lideranças, antenadas com o novo momento em que a força de trabalho brasileira se depara. “Buscar novos formatos de ação sindical, de defesa dos bancos públicos como agentes das políticas públicas de distribuição de oportunidades e fomentos. Mostramos na reunião de planejamento que a Contraf CUT, apesar de ter altíssimo índice de filiação, está preparando um modelo novo de sindicalização com formação, para superar o baixo pertencimento que os bancários e as bancárias sentem em relação aos seus próprios sindicatos. Cada tem que ter a capacidade de compreender o papel do sistema financeiro público e do sistema privado, entender que os sistemas financeiros tem que ter compromisso com as sociedades onde atuam e que lhes dá lucros, sem ignorar direitos nem explorar os seus trabalhadores, que materializam os seus lucros.”

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, alertou para o fato de que a elite econômica brasileira vem trabalhando para desmontar setores estratégicos da economia e vender o patrimônio público do país. “Isso vem se aprofundando com a disseminação do ódio, que já gerou tragédias como a ocorrida em Suzano. Infelizmente isso não ocorre apenas em nosso país. Por isso, este encontro é importante. Temos que nos organizar e manter nossa unidade para enfrentar essa onda neoliberalista que quer acabar com o movimento sindical. A ideia é enfraquecer toda organização que resista às suas propostas, que beneficiam apenas o mercado financeiro e aqueles que querem se apropriar das riquezas do país.”

A presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, fez uma análise de conjuntura aos presentes. “Ganhamos quatro eleições consecutivas porque invertemos a lógica anterior, que beneficiava apenas a elite brasileira, que não têm compromisso com o povo brasileiro. Corremos o risco de voltar a ser um país que atende as necessidades de apenas 30% da população. O povo brasileiro reconhece o trabalho do PT. Por isso tiveram que tirar a Dilma da Presidência da forma como tiraram.”

Gleise lembrou que cerca de 80% dos aposentados chilenos recebem menos do que um salário mínimo. “Existe um grande número de idosos miseráveis. O número de suicídios aumentou drasticamente. As pessoas preferem morrer do que viver da forma como estão vivendo. É esse sistema que querem implantar no Brasil. Essa elite não tem foco no benefício da população. Aqui é difícil ver idoso pedindo esmolas. Muitos dos aposentados no Brasil são responsáveis pela manutenção de suas famílias.”

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