A Contraf-CUT sediou nesta quinta-feira, dia 29, o encontro entre os Conselhos de Enlace de Brasil e Japão, que reúnem os sindicatos filiados à UNI Global Union em cada um país. Os dirigentes sindicais brasileiros apresentaram as principais atividades e campanhas realizadas no país, enquanto os japoneses revelaram detalhes da preparação para o Congresso Mundial da UNI, que acontece em Nagasaki, no Japão, em novembro.
Estiveram presentes o presidente do Conselho de Enlace Japão da UNI, Takaaki Sakurada, e a vice-diretora do Escritório de Tóquio da UNI, Yoko Ogawa, o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques, e o diretor regional da UNI Américas Finanças, Macio Monzane.
O Conselho brasileiro existe desde novembro de 2007. “Como as origens sindicais são bastante distintas, o Enlace tem contribuído nas relações entre os sindicatos brasileiros, fortalecendo o trabalho da UNI para unificar as ações sindicais no país”, afirma Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT.
Troca de experiências
Ricardo expôs os principais temas, campanhas e atividades que englobam o Conselho de Enlace do Brasil. Entre elas, a Rede UNI Jovens, que atua no combate à Aids, erradicação do trabalho infantil e formação política e sindical da juventude sindicalista; e a UNI Mulheres Brasil, que promove organização contra todos os tipos de discriminação e estimula a igualdade de oportunidades e a capacitação sindical das mulheres nas relações de gênero.
O diretor da Contraf-CUT também lembrou de momentos marcantes da entidade, como o ato público em frente ao Consulado da Colômbia em São Paulo, em abril de 2008, contra uma série de assassinatos a sindicalistas ocorrido naquele período. Também ressaltou a audiência com o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em dezembro do mesmo ano, para tratar da importância de construir acordos globais entre os trabalhadores e empresas multinacionais.
Os representantes japoneses apresentaram um contexto do país e os principais temas e ações promovidas pela entidade. O Enlace oriental existe desde 2000 e representa seis setores: comércio, finanças, gráficos, mídia, serviços postais e telecomunicações.
Além da exposição preparatória para o encontro mundial, os japoneses apresentaram as principais iniciativas realizadas junto à UNI. Entre elas, está a expansão da organização sindical, que recentemente atingiu a meta de um milhão de sindicalizados, a realização acordos globais e a atuação para conseguir maior visibilidade à UNI, incluindo mulheres e jovens.
Congresso da UNI
“O tema escolhido para o Congresso Mundial da UNI é Rompendo Barreiras e o objetivo é a partilha de experiências e a troca de informações entre os dirigentes sindicais de diversas regiões do mundo”, afirma o presidente do Conselho de Enlace do Japão, Takaaki Sakurada.
A escolha de realizar o evento em Nagasaki e não em uma metrópole, como aconteceu nos dois últimos encontros da UNI, em 2000 e 2005, veio depois de muito debate. “A organização optou por um local que pudesse oferecer um contato mais próximo com a natureza, diferentemente de Tóquio, e que realçasse também um pouco da história de nosso país”, afirmou Sakurada.
Memória
Nagasaki possui cerca de 330.000 quilômetros quadrados. Durante a Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945, a cidade foi atingida pela bomba atômica, matando 70 mil pessoas. O outro local foi Hiroshima, vitimando outras 140 mil.
“Mesmo após 65 anos, as pessoas temem as doenças relacionadas à catástrofe, principalmente a leucemia. No período anterior à abertura do Japão de forma globalizada, a cidade foi o único meio para entrada no país”, afirmou o presidente.
Ato pela paz
O Congresso Mundial da UNI será realizado no ginásio de esportes de Nagasaki, ao lado do Parque da Paz, aonde foi lançada uma das bombas atômicas. Um ato pela paz está sendo planejado no local. A estrutura também contará com a participação de 250 jovens bilíngues, divididos em equipes, para recepcionar os dirigentes sindicais do país todo. Além do idioma inglês, alguns também falam o espanhol e português.
Além disso, os representantes japoneses ressaltaram que é uma ótima oportunidade para conhecer a cultura, os pontos turísticos e gastronômicos da cidade. Serão realizadas atividades, como o uso de kimonos para as mulheres, a escrita em ideogramas e as cerimônias de chá.