A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) recebeu denúncias de que estão havendo cobranças descabidas aos empregados da Caixa Econômica Federal. “Nem em meio a mais grave crise mundial da história recente, a Caixa abandona uma das suas práticas mais cruéis: o assédio moral”, afirmou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE)da Caixa, Dionísio Reis.
Para ele, a Caixa ultrapassou todos os limites. “Esta prática é muito grave, ainda mais num momento como o que vivemos, no qual todas as pessoas estão com o seu estado emocional abalado. Mesmo assim, os empregados não abandonam a linha de frente em prol do atendimento da população. Entretanto, alguns gestores os pressionam a trabalharem de forma desumana e expõem suas saúdes aos mais diversos riscos”, ressaltou o coordenador da CEE/Caixa.
Gerentes gerais do banco público estão sendo convocados a chegarem às 7h nas agências de todo o país. A convocação pede que os trabalhadores façam a triagem da fila e permitam a ocupação de 50% dos assentos das agências por clientes. Além disso, os trabalhadores devem tirar fotos de hora em hora da unidade para mostrar que não existe fila nas portas e enviar para a Superintendência Executiva de Varejo (SEV). “As denúncias foram comprovadas, já que a cobrança foi feita por ligações ou mensagens de aplicativo e foram gravadas. Ao invés de valorizar o esforço dos empregados, a Caixa os trata com desrespeito.”
Melhores condições de trabalho
As entidades que representam os bancários reivindicam, desde o início da pandemia, melhores condições de trabalho para preservar a saúde e a vida dos empregados e da população que precisa da Caixa. Entre as cobranças para aliviar as filas e aglomerações nas agências estão a descentralização do pagamento do auxílio emergencial, uma campanha para informar a população corretamente sobre o benefício e o atendimento telefônico. “Infelizmente nenhum desses pedidos foi atendido. A consequência é o que estamos vendo em todas as cidades, essa aglomeração na porta da Caixa”, disse o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sérgio Takemoto.
Grupos de risco e rodízio
A Contraf-CUT e a CEE/ Caixa também têm recebido denúncias de convocação de retorno ao trabalho de empregados dos grupos de risco. Por isso, orienta que os grupos de risco não podem voltar para as unidades. A Caixa garante também que o rodízio está mantido.
Denuncie
Os empregados que sofrerem assédio moral devem procurar o sindicato de suas bases para denunciar. É importante também a coleta de provas dessas práticas ilegais, como a gravação das ligações – ligando a filmadora enquanto atende – e das mensagens e o registro das jornadas de trabalho.