Contraf-CUT quer que Copom aumente velocidade na queda da Selic

A Contraf-CUT defende maior queda da taxa básica de juros, durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que termina nesta quarta-feira (19), em Brasília.

“Foi acertada a mudança de rota na última reunião do Copom, realizada em agosto, quando houve a primeira redução de juros do ano, porém foi insuficiente o corte de 12,5% para 12% ao ano”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Mais do que manter a tendência de diminuição, o Copom precisa aumentar a velocidade da queda da Selic, como forma de corrigir os danos causados pelos juros altos na produção, no emprego e nas políticas públicas e sociais para a população”, aponta o dirigente sindical.

Para a Contraf-CUT, o país necessita de uma política eficiente de redução dos juros. “É preciso estabelecer condições para garantir a continuidade do ciclo de desenvolvimento econômico e social, com a geração de emprego e renda”, ressalta Cordeiro.

“De um lado, as altas taxas de juros retiram dinheiro das políticas públicas que combatem as desigualdades sociais, o que contribui para que o Brasil continue entre os dez países com pior distribuição de renda do mundo. De outro lado, tal política do Banco Central significa transferência de renda para os donos de títulos públicos”, alerta.

Cordeiro lembra que cada ponto percentual da Selic representa cerca de R$ 19 bilhões no crescimento da dívida pública. “Esse é na verdade o maior programa de transferência de renda do mundo, a chamada bolsa-banqueiro, cujo orçamento da União prevê repasse da ordem de R$ 240 bilhões em 2011. Isso representa 18 vezes mais do que o orçamento previsto de R$ 13,4 bilhões para o Bolsa Família”, compara.

“É uma obrigação do governo eleito pelas forças populares e democráticas acabar com esse nefasto programa de transferência de renda às avessas que está implantado na sociedade brasileira”, ressalta Cordeiro.

Para o presidente da Contraf-CUT, além das metas de inflação, o BC deveria fixar também metas sociais, como o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades sociais do país. “Para isso, é fundamental ampliar o Conselho Monetário Nacional, de forma a contemplar a participação da sociedade civil organizada na discussão dos rumos da economia”, conclui.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram