Contraf-CUT prestigia Piquete dos Bancários no Acampamento Farroupilha

Presidente da Contraf-CUT incentiva valorização das culturas regionais

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, prestigiou, no último dia 1º, a abertura festiva da porteira do Piquete dos Bancários, que comemora 10 anos de participação no Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre. “Sinto-me muito contente em estar aqui e ver os gaúchos confraternizando, valorizando a história e a cultura deste Estado e participando da Campanha Nacional dos Bancários”, afirma o dirigente sindical.

O Acampamento é o maior espaço de preservação da cultura gaúcha, que acontece desde 1987 no Parque da Harmonia e que deve receber cerca de 1 milhão de visitantes até o dia 20 de setembro, feriado estadual, data que marca o início da Guerra dos Farrapos, em 1835. Para os organizadores, é uma forma concreta de manter vivas as tradições e os ideais de “liberdade, igualdade e humanidade” estampados na bandeira do Estado.

Ao todo, são 370 galpões montados por Piquetes e Centros e Departamentos de Tradições Gaúchas (CTGs e DTGs). O local vira uma autêntica cidade campeira e conta com uma baita infraestrutura da prefeitura, incluindo praça de alimentação, lojas, feiras, artesanato, padaria, açougues e mercados.

O Piquete dos Bancários é organizado pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) e Fetrafi-RS, com apoio da Apcef-RS e da Agabesp. O galpão começou a ser montado em 2002, na gestão do empregado da Caixa Econômica Federal e presidente do SindBancários, Devanir Camargo da Silva. O patrão é desde então o funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, Edson Ramos da Rocha.

“Essa década do Piquete mostra que nós acertamos quando decidimos coletivamente montar o primeiro galpão. Hoje, ele é o ponto de encontro da categoria na Semana Farroupilha e renova em cada um de nós o orgulho de sermos gaúchos e brasileiros”, avalia Devanir.

Porteira aberta

A fumaça e o cheiro do churrasco recepcionaram os bancários que participaram da abertura da porteira. O funcionário do Santander e atual presidente do SindBancários, Mauro Salles, destacou os 10 anos do Piquete. “Nós sempre acreditamos que os bancários mereciam um lugar para confraternizar, onde pudessem resgatar as tradições gaúchas. Olhar para esse galpão prova que vale a pena acreditar e lutar por um sonho”, afirmou.

“Mais uma vez, abrimos as portas com o Piquete lotado. Foi aqui que estreitamos e fizemos muitos laços de amizade, muitos que hoje são nossos amigos só conhecemos por causa das confraternizações que ocorrem aqui”, explicou Edson.

O diretor da FetrafiRS, Arnoni Hanke, ressaltou a parceria entre o SindBancários e a Federação e confessou que ir ao Piquete estreitou suas relações com a tradição gaúcha. “Em Santo Ângelo, não costumava prestigiar muito as atividades da Semana Farroupilha. Foi aqui, em Porto Alegre, no Piquete, que fui conhecer mais a fundo essa parte da nossa história”, revelou.

Após o churrasco, os bancários cantaram juntos a canção gaúcha Parabéns Crioulo, do saudoso José Mendes, e assopraram as velinhas do bolo em homenagem aos 10 anos do Piquete. Depois, a música animou a gauchada.

Clique aqui para ver as imagens da abertura do Piquete.

Espaço de cultura e confraternização

O patrão do Piquete recebe os bancários que trazem seus colegas, familiares e amigos para tomar chimarrão, fazer churrasco, arroz carreteiro ou outra comida campeira, ouvir canções gauchescas, contar “causos” (histórias inacreditáveis, mas verdadeiras), jogar truco e tomar um trago. Desde o ano passado, o galpão também possui um sótão, onde Edson passou a dormir.

Muitos frequentadores usam a pilcha, a indumentária gaúcha. Os peões (homens) colocam botas, bombacha (calça larga), lenço no pescoço, guaiaca (cinturão com lugar para guardar dinheiro), faca e chapéu; e as prendas (mulheres) usam vestidos largos e compridos.

Há também apresentações culturais com música gauchesca e danças folclóricas, bem como o disputado torneio de truco.

O cartunista do site e do jornal O Bancário do SindBancários, Augusto Bier, promove este ano mais uma exposição, formada por 23 desenhos, retratando com olhar bem humorado o cotidiano do gaúcho tradicional, inserido tanto em situações comuns como inusitadas. A maior parte das charges faz parte da série “Rio Grosso do Sul”.

O galpão possui um fogão campeiro, onde nunca falta água quente para o chimarrão. Tem mesas e cadeiras em estilo rústico e um bolicho, onde o bancário pode comprar refrigerante, cerveja e canha (cachaça da boa). Cinco churrasqueiras foram montadas para ninguém reclamar. “Dá para assar um boi e uma ovelha inteira”, exagera o funcionário do Santander e atual diretor financeiro do SindBancários, Paulo Stekel.

Chama Crioula

O Piquete também fará no dia 17, às 22h15, durante uma hora, a guarda a Chama Crioula no Acampamento. Trata-se de um símbolo idealizado por jovens estudantes vindos do interior gaúcho para a Capital, que procuravam um espaço onde pudessem reviver suas origens do campo e cultivar sentimentos regionalistas.

À meia-noite do dia 7 de setembro de 1947, antes da extinção do fogo simbólico da Semana da Pátria, Paixão Cortes e dois amigos, então estudantes do Colégio Júlio de Castilhos, retiraram uma centelha da chama e a conduziram a cavalo ao saguão do colégio, onde ardeu em um candeeiro até a meia-noite do dia 20 de setembro.

Durante esse período, os jovens realizaram uma programação que contou com cantos, poesias, palestras e exposições sobre a cultura gaúcha. Desde então, a Chama Crioula passou a representar um local onde o povo do Rio Grande cultiva as suas tradições.

Peleando por dignidade

A cada ano que passa, o número de frequentadores do Piquete aumenta sempre mais. No ano passado, segundo Edson, participaram cerca de mil pessoas, na sua imensa maioria bancários.

A porteira ficará aberta até o dia 20, quando também ocorre o Desfile Farroupilha, em Porto Alegre, com carros alegóricos e apresentações do Movimento Tradicionalista Gaúcha, reunindo milhares de pessoas. No dia seguinte, o galpão começa a ser desmontado.

“O Piquete virou símbolo de integração da categoria nas atividades de resgate da cultura e da história do povo gaúcho e brasileiro. Em tempos de globalização não podemos deixar de cultivar as nossas raízes e aprender com as lições de bravura e combatividade de nossos antepassados para construirmos um mundo mais justo, humano e solidário”, aponta o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, que também ajudou a fundar o Piquete e criou em 2009 o slogan “Peleando por Dignidade”, que hoje está estampado em banners, assim como em camisas e casacos adquiridos pelos frequentadores.

Programação

Dia 1º – Abertura da porteira (19h)
Dia 6 – Abertura da exposição de charges do Bier
Dia 7 – 19h | Projeto Cultural (arroz de carreteiro)
Dia 8 – 2ª Noite da Poesia (19h)
Dias 10 e 11 – Torneio de Truco (Duplas e Trio)
Dia 12 – Noite de Homenagem aos Lanceiros Negros (20h)
Dia 15 – Coral da Apcef/RS (19h)
Dia 17 – Guarda da Chama Crioula (22h15)
Dia 20 – Fechamento da porteira (24h)

Tchê, o Piquete dos Bancários é trilegal e vale a pena se aprochegar, conhecer e participar!

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